Prova do Mundial de Resistência traz os melhores do mundo – e uma surpresa – ao Autódromo do Algarve

Uma corrida do Mundial de Resistência, o FIM EWC – Endurance World Championship, vai decorrer pela primeira vez em Portugal, […]

EWCUma corrida do Mundial de Resistência, o FIM EWC – Endurance World Championship, vai decorrer pela primeira vez em Portugal, no Autódromo Internacional do Algarve.

A prova tem a data definitiva marcada para 11 e 12 de Junho, de modo a aproveitar o feriado nacional e o facto de, nesse fim de semana, não haver corridas do Campeonato do Mundo de Superbike e de Moto GP.

Paulo Pinheiro, CEO da Parkalgar, a empresa proprietária do circuito algarvio, salienta que se trata de uma «corrida espetacular de 12 horas, que começa de dia e acaba à noite» e que integra o mesmo campeonato mundial onde pontuam provas míticas como as 24 horas de Le Mans, a Bol d’Or ou as 8 horas de Suzuka.

Outra novidade é que a formação algarvia da Parkalgar Racing Team vai regressar, em especial para esta corrida, e prometendo uma «equipa de sonho», que terá como cabeça de cartaz um nome maior do motociclismo nacional e mundial. A Parkalgar será equipa oficial Honda, com motos de fábrica, do Japão. «Vamos voltar às nossas raízes e vamos tentar ganhar». A ponta do véu vai ser levantada na BTL – Feira Internacional de Turismo, em Lisboa, onde a Parkalgar Racing Team fará a sua apresentação oficial.

A juntar a todos estes ingredientes, está o facto de a prova de 12h do Campeonato do Mundo de Resistência ter o canal televisivo Eurosport como media partner oficial, garantindo a transmissão internacional da corrida, que conta com a participação de grandes nomes do motociclismo.

Em entrevista ao Sul Informação, Paulo Pinheiro admitiu que trazer para o Algarve esta prova tem um «custo razoável», mas acrescentou que «isto custou mais do que dinheiro. Havia uma vaga no Campeonato, que foi criada por nós», já que «há o interesse do campeonato em vir aqui, os pilotos e marcas adoram o circuito» algarvio.

 

WSBK

Em finais de 2015, ficou a saber-se que o Autódromo do Algarve tinha perdido, este ano, a prova mais emblemática do circuito, que até marcou a sua inauguração oficial em 2008: o Mundial de Superbikes. Paulo Pinheiro admite que foi uma «perda importante», já que, «a seguir ao Moto GP e à F1, é a prova de desportos motorizados que mais telespectadores tem».

Mas a verdade é que, apesar de tudo o que esse Mundial movimentava no Algarve, o Autódromo nunca conseguiu «apoio da economia regional ou das entidades públicas», embora, como garante o CEO da Parkalgar mostrando números oficiais, «a economia regional – os hoteleiros, os restaurantes, as rent-a-cars, as lojas – beneficie direta e indiretamente» da atividade do circuito.

«Sem esse apoio, não pudemos continuar a ser só nós a investir e este ano ficámos de fora do Mundial de Superbikes». Mas há outras provas para compensar esta perda, com a estreia do espetacular Mundial de Resistência à cabeça.

«Quem é que nos apoia? Conrad, Vila Vita, Solverde, Pestana…estes são os que têm alguma visão e aproveitam o que o Autódromo tem de bom. Os outros vêm cá, almoçam, dão umas palmadinhas nas costas, depois saem daqui e promovem as suas vendas, mas nem dizem água vai…»

Paulo Pinheiro explica que o que dá dinheiro ao Autódromo não são as corridas, mas a restante ocupação da pista ao longo do ano, como apresentações de marcas e testes.

«As corridas são um estandarte que se utiliza, ajudam a dar uma imagem forte do Autódromo. Em 2015, a ocupação do circuito foi fantástica, já que contámos com sete apresentações mundiais, um número extraordinário para uma só pista». De facto, por ali passaram apresentações mundiais da Audi, AMG, BMW, Porsche, McLaren, Ducati e Kawasaki, trazendo ao Algarve não só pilotos e equipas técnicas, como jornalistas e concessionários do mundo inteiro.

«Em 2015, tivemos 320 dias de ocupação real da pista, já que o circuito tem uma imagem fortíssima lá fora». Para 2016, depois de ter começado por receber testes das Superbikes, há já duas apresentações mundiais «confirmadas» e outras estão «em negociação», duas delas já quase concluídas.

 

EWC1

«Nós atraímos 6% do mercado mundial de apresentações, o que é muito! Só a vizinha Espanha tem 22 circuitos. Ou seja, esta é uma das áreas de negócio com grande potencial. Portugal teria muito a ganhar se fizesse mais para atrair estas apresentações. Podem perguntar: o que é que um circuito traz para o país? Traz pessoas a gastar dinheiro. Isso é que interessa!»

Provas que no ano passado trouxeram à região largos milhares de pessoas, entre pilotos, equipas, familiares, fãs das modalidades, foram o Algarve Classic Festival e as finais Rotax. Quanto a esta última, que decorreu em Novembro, em plena época baixa do turismo, Paulo Pinheiro recorda que, por exemplo,«o Alvor Baía ficou aberto apenas para as Finais Mundiais Rotax, que trouxeram ao Algarve 5000 pessoas».

Quanto ao Algarve Classic Festival, regressa em 2016, entre 28 a 30 de Outubro. Referenciado como um dos maiores eventos do género a decorrer na Europa, todos os anos o circuito de Portimão reúne num fim de semana, os melhores pilotos e carros da especialidade. Com mais de 400 pilotos e carros a participar na prova em 2015, este ano o Autódromo espera «registar um novo marco».

Para já, em termos de grandes provas internacionais, as atenções estão voltadas para o Mundial de Resistência, em meados de Junho. A Parkalgar está a preparar a sua própria equipa, que será capitaneada por um nome grande, de craveira mundial.

 

EWC3

A equipa da Parkalgar chegou em 2007 ao campeonato do Mundo de Supersport. Na altura, a equipa era a mais pequena do paddock e contava apenas com um piloto: Miguel Praia. Contudo, ao longo de cinco anos, a estrutura algarvia foi evoluindo de tal forma que, em 2009, esteve a discutir o título de Campeã do Mundo até à última corrida, feito nunca antes conseguido por uma equipa portuguesa. Entre 2007 e 2012, a equipa conseguiu ainda subir ao pódio 22 vezes, alcançando um total de 12 vitórias.

O FIM EWC continua a ser um dos grandes símbolos do sector de corridas com motos de fábrica, continuando, por isso, a investir cada vez mais na promoção junto de uma nova geração de aficionados de corridas de resistência. Ao apostar numa corrida de 12h, Portimão foi escolhido para receber a maior prova de motociclismo a decorrer este ano no país, tornando o fim-de-semana de Junho numa festa, onde não irão faltar grandes momentos.

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