Documentos régios que moldaram a evolução do Algarve inspiram exposição em Lagoa

A forma como as decisões da Coroa foram moldando o Algarve, ao longo dos séculos, vai estar em foco na […]

Cartaz Forais Algarve LagoaA forma como as decisões da Coroa foram moldando o Algarve, ao longo dos séculos, vai estar em foco na exposição «A Identidade do Algarve: forais, alvarás e cartas régias», que estará patente no Convento de São José, em Lagoa, de 16 de Janeiro a 26 de Fevereiro.

Na mostra será dada a conhecer a evolução da administração régia da região e a consequente formação dos concelhos que integram o distrito de Faro.

Apesar de se focar nos documentos emanados por diferentes Reis de Portugal, a mostra conta uma história que começa no século XIII, com a conquista da região aos mouros, e que só acaba já no século XX, no período republicano. São Brás de Alportel, por exemplo, só se tornou concelho em 1914 (antes era freguesia de Faro), já depois de implantada a República Portuguesa.

«A reprodução dos exemplares originais da documentação que deu origem à criação dos atuais 16 concelhos, dá a conhecer uma faceta da história desta região, com os interesses sociais, económicos e políticos que prevaleceram na delimitação geográfica administrativa ao longo dos tempos», enquadrou a Câmara de Lagoa, que promove a exposição em parceria com a Rede de Arquivos do Algarve.

Os organizadores da mostra lembram que o Algarve, desde que foi conquistado pelos cristãos na segunda metade do século XIII, «foi tradicionalmente reconhecido como uma região distinta do restante território nacional». Algo que é facilmente comprovável pelos documentos, pelo facto de «ainda no início do século XIX, os selos postais para esta região serem ao custo dos para o estrangeiro e não ao do para outras regiões do país».

A exposição que começa no sábado, como o seu nome indica, assenta em três tipos de documentos governativos.

Os Forais eram documentos reais utilizados em Portugal para estabelecer um concelho e regular a sua administração, deveres e privilégios. Foram concedidos entre os séculos XII e XVI, sendo determinantes para assegurar as condições de fixação e prosperidade da comunidade, assim como no aumento da sua área cultivada, pela concessão de maiores liberdades e privilégios aos seus habitantes.

Os Alvarás eram éditos reais, que podem ser interpretados e caraterizados como licenças reais ou decretos régios. Em vários períodos da história de Portugal, os reis ou regentes fizeram uso de Alvarás para governar.

Carta Régia é o nome dado ao documento oficial assinado por um monarca que seguia diretamente para uma autoridade, geralmente contendo determinações gerais e permanentes.

Dar a conhecer quais foram as estratégias políticas para a organização administrativa desta região, bem como «quando, como e porquê foram criados os concelhos que atualmente constituem o distrito de Faro» são alguns dos objetivos da exposição «A Identidade do Algarve: forais, alvarás e cartas régias».

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