Julia Roy é a autora do argumento do filme «Son Corps», bem como atriz principal, ao lado de Mathieu Amalric. De ar quase etéreo, a jovem atriz e argumentista francesa, explica, em entrevista ao Sul Informação, como chegou a esta história de amor, de luto, de perda e de renascimento, baseada muito livremente no romance “The Body Artist”, de Don DeLillo, um dos maiores escritores americanos.
Para começo de conversa, salienta que o livro é «muito diferente» da história do filme. «O livro é muito abstrato, poético e eu tive de torná-lo concreto para o filme. Por exemplo, a história de amor não existia no livro, eles estavam juntos, mas no livro isso não era dito, por isso tive de inventar essa história de amor».
O livro, acrescenta Julia Roy, «tem lugar na América, mas perto do mar». Por isso, a localização das filmagens em Portugal, é «perfeita», «porque encontrámos sítios que podiam ser também na América».
Quanto ao seu papel, o da mulher de um realizador francês que morre num acidente na autoestrada, diz ser «bastante difícil, porque ela atravessa diferentes estados de alma e perde o seu marido, o que é bastante trágico. Ela quase enlouquece».
O filme, explica, «é sobre como alguém volta à vida de novo, porque ela estava a morrer com a morte do marido, de certo modo, e tenta voltar à vida».
Na história, segundo a sinopse, também há um fantasma, o do marido que visita a sua mulher perturbada na casa isolada à beira mar. Mas Julia Roy garante que «é mais uma alucinação: ela está muito perturbada, muito triste, e vê o seu marido a voltar».
Em Monchique, no Café da Vila, a atriz rodou com Mathieu Amalric, sob a direção de Benoît Jacquot, uma cena de discussão entre o casal, ainda antes da morte do protagonista. Mas o grosso das filmagens decorrem na casa junto à Praia da Marinha, que Julia Roy descreve como «muito bela».
Comentários