Se sofrer de perda auditiva e tocar um instrumento, tem maior probabilidade de melhorar a sua capacidade para detetar sons em ambientes ruidosos, processar sons e lembrar-se do que ouviu, do que as pessoas que não o fazem. É esta a principal conclusão do último grande estudo levado a cabo pela Northwestern University, agora divulgado pela GAES – Centros Auditivos.
Está provado que, pela constante exposição a níveis de ruído elevados, os músicos têm maior probabilidade de sofrer de perda de capacidade auditiva.
Todos sabemos, nem que seja porque já experienciámos a situação, que conseguir ouvir em locais ruidosos é um verdadeiro desafio, sobretudo para aqueles que não ouvem bem.
A grande novidade, trazida à tona por este estudo, é que de entre as pessoas que sofrem de perda de capacidade auditiva, aquelas que tocam um instrumento (leia-se músicos) são melhores a detetar, processar e recordar sons.
A explicação, de acordo com Nina Kraus, autora do estudo, é simples: “Parte do que fazemos enquanto músicos é ouvir para identificar significados, harmonias e os sons do nosso instrumento. Está provado que, por norma, os músicos se lembram mais facilmente do que ouvem/ouviram, e essa capacidade é fundamental para ouvir em locais barulhentos”.
O estudo teve como base uma amostra de 18 músicos e 19 não músicos – com idades compreendidas entre os 45 e os 65 anos e com perda auditiva –, que viram a sua audição testada em ambientes ruidosos (com a ajuda de elétrodos colocados no escape, foi-lhes monitorizada a atividade cerebral em resposta a sons).
No final, os nervos dos cérebros dos músicos responderam de forma mais clara e precisa do que os dos não músicos.
Apesar de parte da amostra (a de músicos) do estudo ser constituída por pessoas que tocam um instrumento desde a infância, Nina acredita piamente que começar a fazê-lo já na idade adulta pode melhorar a capacidade auditiva.
Dulce Martins Paiva, diretora geral da GAES – Centros Auditivos Portugal, reforça: “aprender a tocar um instrumento permite desenvolver capacidades auditivas que melhoram a aptidão para ouvir um som ou fala”.
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