Onda de requalificação a caminho da Frente Ribeirinha de Olhão

A criação de um Porto de Recreio que vá desde o Real Marina Hotel até ao Cais do T, uma intervenção […]

Frente Ribeirinha de Olhão_1A criação de um Porto de Recreio que vá desde o Real Marina Hotel até ao Cais do T, uma intervenção profunda nos jardins que ladeiam os Mercados e uma Avenida 5 de Outubro mais amiga dos transeuntes e dos comerciantes são as ideias chave de uma autêntica revolução que está a ser colocada em marcha, pela Câmara de Olhão, na Frente de Ria da cidade.

A autarquia aproveitou a elaboração do concurso para a concessão do Porto de Recreio para idealizar uma nova dinâmica para toda a zona ribeirinha, que se irá voltar, de corpo e alma, para o turismo. Este é o desejo do presidente da Câmara de Olhão António Pina, expresso numa entrevista ao Sul Informação, onde revelou a sua visão para o futuro desta «zona premium» da cidade.

Mercado de Olhão«Colaborámos com a Docapesca na elaboração de um novo caderno de encargos para o concurso da Marina. E demonstrámos que a nossa visão para aquela Frente Ribeirinha era que toda ela tivesse postos de amarração para barcos de recreio. Porque é uma zona de grande potencial e não faz sentido que seja destinada à pesca artesanal. A pesca deve estar com a pesca», disse o edil.

«A proposta é que toda a frente ribeirinha se volte para a náutica de recreio e que a pesca artesanal seja deslocada para dentro do Porto de Olhão», acrescentou.

O embarque para as ilhas, «para já, mantém-se no T», assim como os barcos táxis e as marítimo-turísticas, já que a ideia é que «esta passe a ser uma zona essencialmente turística».

António Pina não prevê que a questão seja problemática, para os pescadores – «não me parece que isso seja drama nenhum» -, para os quais a mudança para o Porto de Pesca, situado a cerca de 200 metros de distância, «acaba por ser igual».

Mas os pescadores não partilham da mesma ideia. Profissionais da pesca de Olhão abordados pelo nosso jornal disseram já ter «ouvido falar» da intenção da autarquia, mas que ainda não terá havido qualquer abordagem oficial.

E, se uns desconfiam da eficácia da medida, já que colocar os pescadores artesanais no Porto de Pesca, «com os arrastões, as traineiras e as rapas, será uma grande confusão», outros mostram-se agastados com a perspetiva.

«Estão sempre a empurrar a pequena pesca daqui para ali. Estávamos dentro do Porto, enviaram-nos para cá, agora querem tirarmos daqui…», desabafava o mestre de uma embarcação, que preferiu não ser identificado. Admite mesmo que possa haver protestos, quando a medida avançar.

Porto de Pesca OlhãoOutros profissionais da pesca mostram-se menos determinados em contestar a decisão, desde que sejam replicadas ou melhoradas as mesmas condições que existem, atualmente, na zona nascente da frente ribeirinha de Olhão.

As mudanças nesta zona da cidade não ficam por aqui. «Vamos requalificar os dois jardins, o Pescador Olhanense e o Patrão Joaquim Lopes, para além de estar em estudo uma eventual alteração do trânsito e das esplanadas na Avenida 5 de Outubro», revelou António Pina.

A ideia é dar uma nova imagem a estas zonas, muito procuradas por residentes e visitantes e onde se acumula uma grande oferta de restaurantes, dotando-as de melhores condições. Para os comerciantes, a medida que terá mais impacto será a da requalificação da 5 de Outubro.

«Há uma equipa de arquitetos que está a estudar esta alteração, que poderá passar por menos estrada, com passeio mais largo e, também, esplanadas de qualidade. Também ainda está em estudo qual o sentido em que se poderá circular.

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