O Inverno começa esta madrugada e o Natal terá a primeira Lua Cheia desde 1977

O Inverno, no hemisfério Norte, começa esta madrugada, com o solstício a ter lugar às 04h48 deste dia 22 de […]

Natal com Lua CheiaO Inverno, no hemisfério Norte, começa esta madrugada, com o solstício a ter lugar às 04h48 deste dia 22 de Dezembro. Este é o dia mais pequeno do ano, e consequentemente a noite mais longa do ano, e o dia em que o Sol, ao meio-dia, atinge a altura mínima de todo o ano.

O solstício, que marca o princípio do Inverno em Portugal, corresponde à data em que o Sol se encontra mais a sul.
A palavra solstício vem do latim “sol” e “sistere”, que significa”que não se move”. A palavra de origem latina (Solstitium) está associada à ideia de que o Sol devia estar estacionário, ao atingir a sua mais alta ou mais baixa posição no céu.

O solstício de Inverno ocorre quando o Sol atinge a maior distância angular em relação ao plano que passa pela linha do equador.

Esta estação prolonga-se por 88,99 dias até ao próximo Equinócio que ocorre no dia 20 de Março de 2016 às 04h30min.

Neste solstício, o Porto irá ver o Sol nascer às 7h57 e pôr-se às 17h09, totalizando apenas 9h13 de dia. Em Faro nasce às 7h42 e põe-se às 17h19 (9h41 de duração do dia), enquanto no Funchal, nascimento e ocaso ocorrem pelas 8h06 e 18:06 (10h00 de luz), respetivamente. Em Ponta Delgada (menos uma hora que o Continente), o Sol irá nascer às 8h55 e pôr-se às 18h28, somando 9h34 de luz do dia.

Este ano, o início do Inverno calha no dia 22 de Dezembro mas nos próximos três anos será sempre a 21 – às 10h44 de 21 de Dezembro de 2016, às 16h28, de 21 de Dezembro de 2017 e às 22h23 de 21 de Dezembro de 2018.

Esta altura do ano em que o dia é mais curto e a noite mais longa deu origem, desde tempos imemoriais, a muitas celebrações.

Os povos da Europa pré-cristã, a quem os cristãos chamaram pagãos, tinham grande ligação a esta data. Segundo alguns, monumentos como Stonehenge eram construídos de forma a estarem orientados para o pôr do sol do solstício de Inverno e nascer do sol no solstício de Verão.

Entre os romanos, este período marcava a Saturnália, um festival em homenagem ao deus Saturno. O deus persa Mitra, também cultuado por muitos romanos, teria nascido durante o solstício. Divindades ligadas ao Sol em geral eram celebradas no solstício também.

Com a introdução do cristianismo no Império Romano houve, por parte da Igreja Católica, uma tentativa de cristianizar os festivais “pagãos”.

Há quem considere que a data de 25 de Dezembro foi escolhida para representar o nascimento de Jesus Cristo já no século IV. Há evidência bíblica de que Jesus não teria nascido durante o Inverno, pois, no momento do nascimento, pastores estavam cuidando de seus rebanhos nas vigílias da noite, e o período do solstício, visto como o renascimento do Sol, carrega forte representatividade. Além disso, conseguiu aproveitar a popularidade das festividades da época.

O dia de Natal deste ano traz uma prenda acrescida – uma Lua Cheia, como já não acontecia há quase 40 anos. Desde 1977 que a noite de Natal não coincidia com uma “lua fria” ou “lua das noites longas”, como são conhecidas as luas cheias de Dezembro. Se não vir desta vez, só daqui a quase 20 anos haverá nova oportunidade.

Além da primeira lua cheia em quase 40 anos, o Natal de 2015 vai ter outra “visita” especial: um asteróide com cerca de 2,5 quilómetros.

O 2003 SD200 vai passar pela Terra no dia 24 de Dezembro a uns meros 11 milhões de quilómetros, valor 28 vezes acima da distância que separa a Lua do planeta, ainda assim considerado “próximo”, nas contas dos astrónomos, mas não o suficiente para causar problemas.

Apesar de terem começado a circular rumores de que o asteróide poderia provocar tremores de terra e acordar alguns vulcões à sua passagem, a NASA garante que não vai acontecer nada disso. Já num cenário catastrófico, se o 2003 SD200 atingisse a Terra poderia destruir um continente inteiro, dada a sua dimensão.

Em 2018 o mesmo asteróide deverá passar novamente próximo da Terra, mas mais uma vez sem qualquer perigo.

À distância a que vai passar pelo planeta esta véspera de Natal, o 2003 SD200, ou 163899 como também é conhecido, não vai poder ser visto a “olho nu”, ou seja, só com a ajuda de um telescópio.

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