Mathieu Amalric, de vilão do 007 a apaixonado pelo Algarve

Os portugueses menos cinéfilos conhecem Mathieu Amalric sobretudo como o vilão do filme da saga 007 «Quantum of Solace». Mas […]

Filme Francês_04Os portugueses menos cinéfilos conhecem Mathieu Amalric sobretudo como o vilão do filme da saga 007 «Quantum of Solace». Mas este é um dos atores franceses mais premiados, conhecidos e requisitados da atualidade. Já ganhou dois Césares (o Óscar do cinema francês), o último dos quais pela sua difícil interpretação em «O Escafandro e a Borboleta».

Mathieu Amalric não se envergonha, nem por um momento, da sua participação num filme de ação como o «007», uma mega produção britânica bem diferente da fita que por estes dias está a rodar no Algarve. E faz questão de salientar que é até «uma espécie de honra» ser convidado para o papel de vilão nesses filmes, ombreando assim com Curt Jürgens, Christopher Walken, Jonathan Pryce, Christopher Lee, Donald Pleasence, Steven Berkoff, ou Sean Bean, para mencionar apenas alguns.

Mas fazer este filme, sendo a personagem masculina principal de «Son Corps / No Corpo Dele», é «muito diferente», admite em entrevista ao Sul Informação.

«Este filme é diferente, porque se trata da pessoa que está a fazer o filme. Benoît e Julia [Roy, autora do argumento e atriz principal] inventaram isto, foram eles que escreveram este filme, é muito pessoal, é como entrar no mundo de outra pessoa. Essa é a parte divertida».

Filme Francês_05Não é a primeira vez que Mathieu Amalric filma em Portugal. «Há 18 anos fiz o filme “Trois Ponts su La Rivière”, com Jeanne Balibar, que também entra neste, de Jean-Claude Biette», rodado no Porto. O produtor era Paulo Branco, com quem Amalric costuma trabalhar «muitas vezes».

Por isso, diz, «conhecia Portugal, mas não o Algarve. Conhecia Lisboa, o Douro e o Porto. Estou feliz por descobrir esta parte de Portugal, apesar de eu só ver pedaços do Algarve. Para nós há muito trabalho, muito intenso. O filme é quase todo passado na casa à beira mar».

Aliás, o ator francês confessa-se apaixonado pela casa e pela costa algarvia, na zona da Praia da Marinha. «Depois de ver este filme, toda a gente vai procurar por esta casa», referindo-se à casa à beira mar, junto à Praia da Marinha, no concelho de Lagoa. «Há qualquer coisa de muito profundo…esta casa é o paraíso. A casa desempenha um papel importante no filme», sustenta.

Esta não é a primeira vez que Mathieu Amalric é dirigido por Jacquot. Por isso, o ator explica a forma de trabalhar do realizador: «Benoît gosta do facto de o filme ser filmado rapidamente, em quatro semanas. Ele acredita em algo que não é construído, se nós representarmos demasiado ele não gosta. Por isso, não fazemos demasiados takes, ele é alérgico a isso».

Outra das razões da necessidade de rapidez das filmagens tem a ver com a agenda apertada do ator, que também é, ele próprio, realizador. Por isso, depois de acabar estas quatro semanas de rodagens em Portugal, Amalric já tem outro filme para começar, enquanto ator, bem como projetos seus. «Estou a trabalhar também em coisas minhas, porque também sou realizador. Não páro, há sempre muito trabalho».

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