Se as nuvens deixarem espreitar os céus…amanhã há chuva de estrelas para ver

Se as nuvens derem tréguas, e nos deixarem espreitar o céu, amanhã haverá uma chuva de estrelas para ver. É […]

Céu a sudeste pelas 23h00 de dia 25. Igualmente é visível o radiante da chuva de meteoros das táuridas com máximo de atividade no dia 5
Céu a sudeste pelas 23h00 de dia 25. Igualmente é visível o radiante da chuva de meteoros das táuridas com máximo de atividade no dia 5

Se as nuvens derem tréguas, e nos deixarem espreitar o céu, amanhã haverá uma chuva de estrelas para ver. É que os primeiros dias do mês de Novembro coincidem com a chuva de estrelas das táuridas, cujo máximo de atividade ocorre no dia 5.

Estes meteoros que nos parecem surgir da vizinhança da constelação do Touro não são mais do que pequenas rochas e poeiras libertadas pelo asteroide 2004 TG10 e pelo cometa 2P Encke ao longo dos seus respetivos percursos.

Infelizmente, mesmo que as nuvens se afastem, a observação desta chuva de estrelas será dificultada pela presença da Lua, a qual, aquando do quarto crescente de dia 3, estará junto à constelação do Caranguejo. Deste modo, mesmo em condições ideais, não será possível observar mais do que meia dezena de meteoros por hora.

Por esta mesma altura do mês, podemos apreciar igualmente a conjugação de Júpiter, Vénus e Marte. Em particular, a maior aproximação entre estes planetas teve lugar no dia 2, com Vénus a menos de 1 grau de Marte. Mas para observar estes astros será necessário estar acordado pelo menos às três horas e meia da madrugada.

Estes planetas serão visitados pela Lua nas madrugadas de dia 6 e 7.

O início do mês será a única altura adequada à observação de Mercúrio (pouco antes do amanhecer) e de Saturno (visível a poente ao anoitecer), pois, à medida que o mês for avançando, estes astros aproximar-se-ão cada vez mais da direção do Sol, não nos permitindo a sua observação.

Mas, tal como Mercúrio estará na direção do Sol no dia 17, e Saturno no dia 30, a Lua encontrar-se-á em idêntica situação já no dia 11, dando lugar à Lua Nova.

Céu a sudeste pelas 6h15 da madrugada de dia 1. Igualmente são visíveis a posição da Lua nas madrugadas de dia 3 e 6, o radiante da chuva de meteoros das Leónidas e a localização de Vénus, Marte e Júpiter na madrugada de dia 29
Céu a sudeste pelas 6h15 da madrugada de dia 1. Igualmente são visíveis a posição da Lua nas madrugadas de dia 3 e 6, o radiante da chuva de meteoros das Leónidas e a localização de Vénus, Marte e Júpiter na madrugada de dia 29

Em novembro, a Terra passa perto do rasto de um outro cometa, o Tempel-Tuttle. Tal origina uma chuva de estrelas que nos parecem surgir da vizinhança da constelação do Leão, daí o seu nome: as Leónidas.

Mas tal como terá sucedido com as táuridas, o pico de atividade desta chuva de estrelas (que tem lugar na noite de dia 17 para 18) será relativamente fraco, não superando a dezena de meteoros, mesmo em condições ideais.

O quarto crescente terá lugar na madrugada de dia 19, com o nosso satélite natural junto à constelação do Aquário.

Já a Lua Cheia terá lugar na noite de dia 25. Nesta mesma noite, podemos ver como a Lua se vai aproximando cada vez mais da direção de Aldebarã, o olho da constelação do Touro.

Ao voltar a olhar para Vénus e Marte, perto do final do mês, podemos verificar que estes não se deslocaram nos céus do mesmo modo: Vénus já terá atingido a direção da estrela Espiga, enquanto Marte ainda estará junto à estrela Porrima.

 

Boas observações!

 

Autor: Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC) – [Nota: texto adaptado]
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

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