Lídia Jorge em cena no Teatro Lethes com «Instruções para Voar»

Um texto inédito de Lídia Jorge, criado para a ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve no âmbito do […]

Instruções para VoarUm texto inédito de Lídia Jorge, criado para a ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve no âmbito do programa «Pegada Cultural», tem estreia marcada para a próxima sexta-feira, dia 13, às 21h30, e permanecerá em cena até ao dia 29 de Novembro, no Teatro Lethes, em Faro.

«Instruções para Voar» conta a história de dois migrantes, um homem e uma mulher, de origens geográficas diversas, que se encontram num mesmo tempo e num mesmo espaço, em condições similares e contraditórias; para ambos, o centro das suas problemáticas é a figura da mãe ausente.

«Instruções para Voar» é uma das raras incursões de Lídia Jorge no universo da criação dramática. De sua autoria, neste género apenas se conhece o texto «A Maçon», que foi levado à cena no Teatro nacional D. Maria II, em 1997, com encenação de Carlos Avilez. «Instruções para Voar» constitui, assim, razão de acrescido interesse por este ser um género de escrita pouco visitado pela autora portuguesa atualmente mais celebrada e premiada em Portugal e no estrangeiro.

O espetáculo conta com as interpretações de Luís Vicente e de Elisabete Martins e ainda com um coro constituído por alunos do Curso de Artes/Interpretação da Escola Tomás Cabreira, de Faro.

A encenação é da norueguesa Juni Dahr, a conceção plástica é do francês Jean-Guy Lecat (que foi o cenógrafo de Peter Brook durante 30 anos).

Instruções para Voar4«Instruções para Voar» permanecerá em cena no Teatro Lethes até ao fim de Novembro, após o que iniciará digressão por Portimão, São Brás de Alportel, Lagoa, Almada, Évora, Lagos, Montemor-o-Novo, Vila Real de Santo António, Loulé e Lisboa.

O programa «Pegada Cultural» é um programa da União Europeia, financiado pelos EEAGrants, gerido em Portugal pela DGArtes, que coube à ACTA, em concurso nacional, desenvolver no Algarve.

Este programa está direcionado para o aprofundamento da relação entre Artes e Educação – âmbito em que, no quadro dos 28 países da União Europeia, Portugal é deficitário, ocupando (de acordo com o Eurobarómetro de Outubro de 2013), no que refere à fruição das artes cénicas, o 28º e último lugar.

 

INSTRUÇÕES PARA VOAR em cena no Teatro Lethes em Faro de 13 a 29 Novembro.
Quintas às 15h00, Sextas e Sábados às 21h30 e Domingos às 16h00.
Os Bilhetes custam €10 para o público em geral, €7.50 para menores de 30 e maiores de 65 anos, €2 para estudantes.
Podem ser adquiridos na Bilheteira do Teatro Lethes de terça a sexta-feira das 14h00 às 18h00 e em dias de espetáculo das 14h00 às 18h00 e das 20h00 às 21h30, bem como no site BOL, na Fnac, nos CTT e Worten.

 

Biografias:

Juni Dahr
Formada pela Academia Estadual de Artes Dramáticas de Oslo. Foi atriz principal do Teatro Nacional em Bergen durante 12 anos.

Em 1980, querendo procurar outros rumos para a sua carreira, foi para a Polónia trabalhar com Jerzy Grotowski e Josef Szajna.

Alguns anos mais tarde, foi estudar para o Actors Studio de Nova York, onde criou a sua primeira performance a solo “Joan of Arc – Visão através do fogo“. Com esta criação e uma outra, posterior, “Womans Ibsen”, continua a realizar digressões por todo o mundo.

Em 1988, ainda nos Estados Unidos, formou a sua própria companhia de teatro independente, a Visjoner Theater. Produziu cerca de 25 performances.

O trabalho de Juni Dahr é muitas vezes baseado em textos clássicos que ela adapta para espaços específicos de natureza não convencional. São disto exemplo “A Casa de Bonecas” ou “Hedda Gabler”, de Ibsen, realizados em pequenos apartamentos para 30/40 pessoas.

Além de atriz, é encenadora e diretora artística da Visjoner Theater, atualmente sediada em Oslo, Noruega.

 

Jean-Guy Lecat
Enquanto conceptador de espaços para teatro, dança e ópera tem colaborado com os mais prestigiados criadores do Mundo, entre eles, Samuel Beckett, Jean Vilar, Jean-Louis Barrault, Roger Blin, Jean-Marie Serreau, Jean Deschamps, W.Merhing, Catherine Dasté, J.Seiler, Antoin Vitez, Jérôme Deschamps, Jerome Savari, Copi, Josef Szajna, Tadeuz Kantor, Luca Ronconi, T.Suzuki, Peter Brook, Joaquim Benite.

Tem intervindo na conceção, recuperação e transformações de espaços artísticos em inúmeras cidades do Mundo, nomeadamente, São Petersburgo, Moscovo, Barcelona, Lisboa, Almada, Londres, Berlim, Viena, Miami, Belgrado, Veneza, Houston, Estrasburgo, Copenhaga, Nova Iorque.

Arquitetos como Frank Ghery e Andrew Todd, ou teatros como o Royal Shakespeare e o Beaumont Theatre Centre Lincoln, bem como festivais tão distintos como o de Almada e o de Avignon, têm reclamado os seus serviços.

Peter Brook, encenador com quem trabalhou durante perto de 30 anos, e para quem criou mais de 200 espaços em todo o mundo, chamou-lhe Monsieur Space.

É co-autor da obra The Open Space, uma “bíblia” para os conceptadores de espaços com finalidades artísticas.

A sua colaboração com a ACTA data de 2005, quando foi o conceptador plástico do espetáculo Othelo, de Shakespeare, encenação de Joaquim Benite, co-produção ACTA/Teatro de Almada/ Teatro da Trindade/TNDM; foi continuada em 2011 com o espetáculo A Tempestade, de Shakespeare, encenação de Gherard Weber, co-produção ACTA/Teatro de Trier (Alemanha) / Teatro Nacional do Luxemburgo; e como conselheiro técnico e artístico nas encenações de Luís Vicente de George Dandin e Laço de Sangue.

Foi também o conceptador plástico de À Espera de Godot, produção da ACTA, com encenação de Luís Vicente, que estreou a 17 de Abril passado, no Teatro da Trindade.

 

Comentários

pub