Bombeiros e GNR resgataram pessoas presas pela água no centro de Albufeira

Dois homens, clientes de um bar na baixa de Albufeira, tiveram de ser resgatados hoje, ao início da tarde, pela […]

Praia dos Pescadores, Albufeira - mesas, cadeiras, recheio de lojas e restaurantes, tudo foi arrastado para o mar - foto de Sérgio Brito
Praia dos Pescadores, Albufeira – mesas, cadeiras, recheio de lojas e restaurantes, tudo foi arrastado para o mar – foto de Sérgio Brito

Dois homens, clientes de um bar na baixa de Albufeira, tiveram de ser resgatados hoje, ao início da tarde, pela GNR e pelos Bombeiros, quando os homens já tinham água pelo pescoço, devido à enxurrada que varreu aquela zona da cidade.

Para retirar os dois homens do bar, numa operação que foi acompanhada em direto pela CMTV, foi preciso partir a montra de vidro do bar e esticar, de um lado ao outro da rua, uma mangueira dos bombeiros a servir de corda de salvamento, para segurar salvadores e salvados. O mais difícil foi atravessar a rua, uma vez que a corrente era muito forte, com a água a atingir mais de metro e meio de altura.

O salvamento dos dois homens, que foi acompanhado por muitas pessoas, algumas delas presas nos andares superiores dos prédios devido à subida das águas, foi saudada por uma salva de palmas.

A par do desaparecimento de um idoso de dentro do seu carro, na zona de Boliqueime, esta foi a situação mais dramática de um domingo cheio de inundações um pouco por todo o Algarve, mas com maior incidência em diversas zonas dos concelhos de Albufeira e Loulé.

Meia Laranja, em Albufeira - foto de Sérgio Brito
Meia Laranja, em Albufeira – foto de Sérgio Brito

Fonte da GNR disse ao Sul Informação que o «maior número de pedidos de socorro veio da baixa de Albufeira».

Nesta zona, além do salvamento dos dois homens, Abel Gomes, 2º Comandante do CDOS, disse ao nosso jornal que autoridades e bombeiros tiveram de ajudar mais de três dezenas de pessoas a atravessar ruas e avenidas inundadas ou que estavam presas pela água dentro de edifícios e de automóveis e ajudaram a empurrar viaturas apanhadas pela subida das águas.

Na chamada rua dos bares, em Albufeira, a água chegou à altura do primeiro andar, enquanto na avenida da Liberdade e noutras artérias importantes da cidade a força da corrente arrastou mesas, cadeiras e maquinaria de esplanadas, bem como o recheio de lojas, cafés e restaurantes, levando tudo para o mar.

Na Praia dos Pescadores, como a fotografia documenta, a torrente abriu profundas valas no areal e, à tona da água castanha, meio rio, meio mar, havia mesas e cadeiras a boiar.

Ainda em Albufeira, o Centro de Saúde ficou praticamente inacessível, uma vez que a ribeira que passa num vale ao longo da estrada de acesso à cidade transbordou e inundou os acessos àquela estrutura de saúde. Esta ribeira foi, em parte, canalizada por obras terminadas recentemente, que incluíram também a construção de uma espécie de parque urbano, agora arrasado pela enxurrada.

As inundações provocaram ainda prejuízos em lojas, restaurantes, casas e garagens na cidade de Quarteira, com a Rua Vasco da Gama a ser das mais atingidas, em Algoz, nas Ferreiras e Fonte de Boliqueime.

Houve largas dezenas de automóveis apanhados pela água, em estacionamentos, ruas e estradas, em Albufeira, Guia, Montechoro, Balaia, Salgados, Ferreiras, Tunes, Patã, Boliqueime, Quarteira, Vilamoura, Algoz, entre outras. Em Albufeira, até o quartel da GNR ficou inundado.

Algoz - foto de Márcio Baptista
Algoz – foto de Márcio Baptista

A mesma fonte acrescentou que, em todo o Algarve, houve mais de duas dezenas de estradas cortadas, «a maioria em Albufeira, Vilamoura, Quarteira e Boliqueime», mas também algumas nos concelhos de Silves e de Portimão.

Contactada pelo Sul Informação, o Destacamento de Trânsito da GNR de Faro adiantou, por seu lado, que houve cortes de trânsito na A22, devido um deslizamento de terras ao quilómetro 38, bem como na EN295, debaixo do viaduto, na zona de Vale Paraíso (Albufeira). Neste local, um viaduto por baixo da EN125, entre Albufeira e Ferreiras, ficaram parados no meio da água pelo menos dois veículos.

Na Patã, à beira da EN125, caiu um muro, mas não obrigou a corte de estrada. Houve ainda engarrafamentos devido aos lençóis de água, alguns bastante profundos, que se geraram em diversas zonas da EN125, nomeadamente na zona do AlgarveShopping, Guia, Vale Judeu, entre outros. Desde as 18hoo que, segundo a fonte do Destacamento de Trânsito da GNR, «está tudo desimpedido».

Num dia muito atribulado no Algarve, houve ainda a registar pelo menos duas quedas de árvores, que atingiram carros estacionados – uma em Olhão, outra no largo da Estação de Faro.

 

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