Banco Alimentar volta a recolher alimentos para instituições de todo o Algarve

Os algarvios vão voltar a ser chamados a dar o seu contributo para atenuar a escassez de alimentos junto da […]

banco alimentarOs algarvios vão voltar a ser chamados a dar o seu contributo para atenuar a escassez de alimentos junto da população mais desfavorecida, em nova campanha de saco do Banco Alimentar Contra a Fome, que decorre amanhã, sábado, e domingo, dias 28 e 29.

Cerca de 3 mil voluntários vão estar em 150 estabelecimentos comerciais dos 16 municípios da região, para recolher os donativos da população e amealhar alimentos que serão, posteriormente, distribuídos a praticamente todas as instituições de solidariedade social algarvias que dão apoio alimentar.

Apesar de ter havido um discurso político, da parte do anterior Governo e até de instituições europeias, que Portugal já começou a trilhar o caminho da recuperação económica, e numa altura em que há uma franco crescimento do Turismo algarvio, o Banco Alimentar do Algarve nem por isso tem menos solicitações.

«Ainda não conseguimos avaliar [se há essa recuperação]. O BACF tem vindo a crescer, nos últimos anos, em virtude da atividade que desenvolve, pelo que acabamos por diluir naquilo que é o trabalho diário o impacto da crise. Algo que é visível é que trabalhamos com cada vez mais instituições. 95 por cento da instituições da região, cerca de 110, estão a trabalhar com o Banco Alimentar», revelou o presidente do BACF do Algarve Nuno Alves, numa entrevista à Rádio Universitária do Algarve RUA FM (102.7 FM).

Segundo o responsável pelo Banco Alimentar algarvio, há uma tendência que é evidente, no Algarve, que «está ligada ao cariz sazonal da atividade económica». «Durante o Outono/Inverno, a procura aumenta, e volta a diminuir, na Primavera/Verão», disse.

Assim, a campanha de amanhã, uma das duas que o BACF realiza nos estabelecimentos comerciais do país por ano, reveste-se de uma maior importância, para a instituição algarvia. O que for recolhido agora, será distribuído ao longo dos próximos seis meses, o período em que há mais solicitações.

Recolha em saco do Banco AlimentarPara ajudar, basta ir a um dos estabelecimentos comerciais aderentes, que vão desde as grandes cadeias até supermercados locais, e colocar no carrinho bens alimentar à escolha, para doar. O ideal, tendo em conta que os alimentos se destinam a ser armazenados, são os alimentos não perecíveis, como o leite de longa duração, as massas e o arroz, azeite e óleo, açúcar e enlatados, para dar alguns exemplos.

Contribuir para esta causa não implica, necessariamente, sair de casa. Quem preferir, pode aderir à campanha Vale, que permite contribuir online, iniciativa que também começa amanhã, dia 28 de Novembro e que dura até 6 de Dezembro. Os interessados deverão aceder ao site da campanha, onde podem escolher o alimento que querem doar, bem como seguir o andamento da campanha.

O BACF esforça-se para que o trabalho de recolha não se resuma às campanhas Saco e Vale, trabalhando o ano inteiro para conseguir recolher o maior número de alimentos possível. Assim, além de parceiros institucionais, há campanhas paralelas, como a «Reciclar para Alimentar», que envolve a empresa algarvia Algar e a associação Entrajuda, ligada ao BACF, e a campanha «Papel por Alimentos», na mesma linha, mas que é dinamizada diretamente pelo Banco Alimentar.

«A campanha Papel por Alimentos tem sido um autêntico estrondo, e  digo-o com todas as letras. A responsabilidade, obviamente, não é nossa, é de todas as instituições, das empresas e da comunidade, que estão muito envolvidas na campanha. Ainda na semana passada recebemos os resultados do trimestre passado e, mais uma vez, o BACF bateu todos os outros a nível nacional», revelou Nuno Alves.

Em média, o BACF do Algarve recebe «40 toneladas de papel por mês», nas suas instalações, em Faro e Portimão, o que lhes permitirá «atingir as 500 toneladas este ano». «Este papel significa mais 50 toneladas de papel todos os anos», ilustrou.

Banco alimentarO trabalho paralelo realizado é, de resto, aquele que permite recolher o grosso dos alimentos. «O Banco Alimentar do Algarve tem vindo a crescer de ano para ano. Passámos de 400 toneladas para 500, destas para mil, depois 1500 e, este ano, vamos atingir as duas mil toneladas. Nas campanhas recolhemos cerca de 20 por cento desta quantidade», disse.

No entanto, as campanhas de Saco e Vale, assumem grande importância, pelo tipo de alimentos que são recolhidos. «90 por cento dos alimentos secos – massas, arroz, conservas, etc. – vêm das campanhas. Se estas não existissem, nós não tínhamos produtos suficientes deste tipo», assegurou.

A campanha dos próximos dias já utilizará, exclusivamente, sacos de papel, que até permitem uma dupla utilização, já que seguem «diretamente para a campanha Papel por Alimentos», depois de servirem o seu propósito inicial.

«Em Maio passado fizemos uma campanha extraordinária. Esperemos que a de Novembro também seja uma boa campanha, porque infelizmente há quem precise da nossa ajuda e do nosso trabalho», resumiu Nuno Alves.

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