Obra de Manuel Alegre celebrada no encerramento do «Poesia a Sul» (com fotos)

O poeta Manuel Alegre esteve em Olhão no sábado, para participar no encerramento do evento «Poesia a Sul», que aquele […]

2015-229-poesia-a-sul-final-01-pressO poeta Manuel Alegre esteve em Olhão no sábado, para participar no encerramento do evento «Poesia a Sul», que aquele concelho acolheu nas últimas semanas. Nesta sessão, que decorreu nos Paços do Concelho, foi assinalado o 50º aniversário do lançamento do primeiro livro do autor português «A Praça da Canção».

A cerimónia contou com Carlos Brito, um histórico do PCP, que falou da primeira obra de Manuel Alegre, que também está intimamente ligado à história de um partido político, o PS.

Sobre «A Praça da Canção», Carlos Brito considerou tratar-se «do livro de poesia mais lido em Portugal, e aquele com mais edições». Esta obra, que inspirou canções de intervenção de Zeca Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire e Luís Cília, entre outros «reinventou a luta e transmitiu uma mensagem que foi direto ao coração das pessoas, trazendo para a poesia a guerra colonial, sem ser um livro panfletário». «Trata-se, em suma, de uma poesia de combate, da poesia de um combatente», considerou Carlos Brito.

Já Manuel Alegre reconheceu que o facto de músicos como Adriano Correia de Oliveira terem musicado muitos dos poemas ajudou à sua repercussão. «Canções como Trova do Vento que Passa tiveram uma influência importante no movimento baladista das canções de intervenção do movimento revolucionário de contestação ao Estado Novo», ilustrou a Câmara de Olhão numa nota de imprensa.

«A vida e escrita são inseparáveis e ninguém escapa à sua circunstância histórica», considerou Manuel Alegre, sublinhando que a sua obra é produto da época em que viveu e vive, bem como de toda a história de Portugal. «Hoje, como sempre, poesia é liberdade», concluiu.

2015-229-poesia-a-sul-final-06-pressO último dia do «Poesia a Sul» prosseguiu com o debate «A Poesia e a Cidadania», com Manuel Alegre, Carlos Brito, o poeta olhanense Fernando Cabrita e os escritores espanhóis Manuel Madeira e Rafael Vargas. A moderação esteve a cargo de João Minhoto Marques, da Universidade do Algarve.

No dia anterior, e já na reta final «deste que se pretende o maior encontro de poesia a sul do País», os autores espanhóis José Luis Piquero, Eva Vaz, Rafael Vargas e Mario Rodrigues, entre outros, participaram numa sessão de leitura nos Mercados Municipais de Olhão.

«Tendo como cenário os belos azulejos de Costa Pinheiro, recentemente falecido e que foi homenageado nesta noite de cultura através da leitura de um poema escrito por Fernando Cabrita quando teve conhecimento da sua morte, o sentimento de muitos dos poetas esteve bem presente neste serão, sobretudo através da declamação de um poema, por Rafael Vargas, sobre a sua mãe, que perdeu muito cedo», descreve a autarquia olhanense.

«A leitura de outro poema, da autoria do próprio Costa Pinheiro e que se encontra num dos azulejos do Mercado do Peixe, sobre o Mar, foi outro momento de homenagem ao pintor desaparecido há uma semana e que tinha uma profunda ligação a Olhão», acrescentou a Câmara.

Veja as fotos (cedidas pela Câmara de Olhão):

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