A música portuguesa vai aquecer as noites de Outono do barrocal algarvio, em Santo Estêvão, Tavira. A Casa do Povo vai receber, pela terceira vez, concertos do circuito Outonalidades.
Pedro Jóia (27 de setembro, 22h00), Omiri (17 de outubro), João Gentil com Luanda Cozzetti (6 de novembro), Edu Miranda (21 de novembro) e A Charanga (5 de dezembro) são os projetos que vão passar por aquela aldeia algarvia.
José Barradas, presidente da direção da Casa do Povo de Santo Estêvão, explicou ao Sul Informação que a integração da aldeia num circuito que conta com 60 concertos e 39 artistas em 16 espaços em todo o país, é uma mais-valia para a localidade e para a região.
«Conseguiu-se trazer ao Algarve este ciclo, num período em que raramente acontecem concertos. Conseguimos reunir apoios, juntaram-se vontades e uma engenharia financeira que permite promover a descentralização, o trabalho em rede e a música portuguesa, representada com grandes executantes. É importante trabalhar para combater a sazonalidade e a não existência de oferta nestes locais, levando música a territórios desfavorecidos», explicou.
Apesar de esta ser a 19ª edição do Outonalidades, é a terceira vez que vem a Santo Estêvão e «há quatro ou cinco anos que não se realizava aqui. Este é um projeto da Associação D’Orfeu, de Águeda, com a qual travámos conhecimento, numa conversa em Sevilha há uns anos, e surgiu a proposta de trazer ao Algarve estes concertos», acrescentou José Barradas.
A iniciativa ajuda, segundo o responsável, a «trazer pessoas ao interior, ajuda a combater desertificação e ajuda a economia. As pessoas podem vir aqui e provar um medronho ou umas costeletas de borrego. É uma integração entre a música e a gastronomia também», disse ainda.
O ciclo de concertos Outonalidades promete levar a Santo Estêvão pessoas um pouco de todo o Algarve, que vão interagir com quem vive naquela aldeia do Barrocal, até porque a realização destes concertos não passa despercebida a quem ali vive.
«É interessante que as pessoas que aqui vivem também vão aos concertos. É interessante que o público se cruze, até porque quem aqui vive mantém uma ligação muito grande com a Casa do Povo. Públicos tão diferentes fazem uma mistura interessante», considera José Barradas.
Dos nomes que vão atuar em Santo Estêvão, Pedro Jóia, guitarrista de Mariza, é o nome mais conhecido, mas «todos eles são excelentes executantes, de matrizes diferentes desde a guitarra, ao acordeão, até à música mais eletrónica, como é o caso dos Charanga, há uma diversidade muito grande e sonoridades diferentes, para vários tipos de público».
Saiba mais sobre os artistas:
Pedro Jóia
26 setembro
Tendo vindo a desenvolver o seu trabalho de intérprete em diferentes géneros musicais, Pedro Jóia, volta agora à cena a solo, com composições próprias e novas leituras de um reportório de tradção popular que assim se renova.
Este projeto procura ainda trazer de volta aos palcos a música instrumental como protagonista, uma tradição que se tem vindo a perder para o campo da chamada “música erudita”, deixando uma lacuna grave na nossa tradição musical onde os instrumentistas populares sempre marcaram a definição da nossa identidade popular.
Omiri
17 outubro
Para reinventar a tradição, nada melhor que trazer para o próprio espectáculo os verdadeiros intervenientes da nossa cultura: músicos e sons de todo o país a tocar e a cantar como se fizessem parte de um mesmo universo.
Não em carne e osso mas em som e imagem, com recolhas transformadas e manipuladas em tempo real, servindo de base para a composição e improvisação musical de Vasco Ribeiro Casais.
João Gentil
06 novembro
Apresentado pela rádio Antena 1, “ConLatinidade” é o disco de estreia do acordeonista João Gentil. O disco inspira-se nas viagens do músico de onde se destacam a Argentina, Brasil, Colômbia, Itália e França.
Este trabalho reflete aromas e sabores latinos através do som do acordeão, acompanhado por músicos oriundos das mais diversas influências musicais.
Uma seleção musical única e fora de série, uma autêntica viagem musical que emociona, com interpretação e arranjos dirigidos pelo próprio João Gentil, idealizados e escritos em Buenos Aires, Argentina.
Edu Miranda
21 novembro
Edu Miranda Trio conta com a participação de Tuniko Goulart na guitarra e synth e Giovani Goulart na bateria e percussão.
Fados trazidos para o ambiente da música instrumental brasileira, passando por ritmos como o chorinho, samba, baião, forró e o maracatu fazem deste espectáculo um cocktail de influências, virtuosismo e boa disposição.
Elogiados por grandes nomes da música portuguesa como: Rui Veloso, Carlos do Carmo, Camané, António Chainho e Luís Represas, esta é uma excelente oportunidade de conhecer e participar neste espectáculo interactivo de música instrumental.
A Charanga
05 dezembro
A Charanga, vencedora dos Prémios Megafone/SPA 2014, é um projecto de música electrónica fortemente ligado às raízes da cultura popular portuguesa.
Ao mesmo tempo que utiliza computadores, beatboxes, sintetizadores, e ferramentas virtuais, utiliza também o Bombo, a Gaita-de-Fole, o violino, a D. Ermelinda que canta a moda da Ceifa, os Adufes e as construções melódicas, harmónicas e rítmicas do Cancioneiro: rima para recordar e representa para comunicar, materializando as suas actuações em espectáculos multidisciplinares.
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