Investimento de 61 milhões tirou esgotos de VRSA do rio Guadiana

Depois de um investimento de cerca de 61 milhões de euros, ao longo de dez anos, «já não há esgotos […]

Interior do novo reservatório de Água de VRSADepois de um investimento de cerca de 61 milhões de euros, ao longo de dez anos, «já não há esgotos a correr diretamente para o Rio Guadiana» em Vila Real de Santo António.

Este município do Sotavento, através da empresa municipal SGU, fez um forte investimento na renovação e reconversão da sua rede de saneamento básico e abastecimento de água. A intervenção está quase finalizada e já permitiu resolver as questões ambientais que motivaram multas da União Europeia ao Estado português.

A Câmara de VRSA apresentou as obras que já concluiu ou está prestes a acabar, de água e esgotos, numa sessão que decorreu ontem, quarta-feira. A sessão contou com a presença do secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, e do secretário de Estado adjunto do ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional, Pedro Lomba, até porque uma boa fatia do dinheiro gasto veio do Programa Operacional de Valorização do Território (POVT), instrumento criado para garantir financiamento para infraestruturas consideradas fundamentais.

Esta intervenção foi feita em duas fases distintas, a última das quais,  realizada entre 2013 e 2015, próxima de finalizar. Neste caso, foram investidos 31 milhões de euros em 25 empreitadas, algumas bem pesadas, como a construção de um novo reservatório de água na sede de concelho e de sistemas intercetores e estações elevatórias na Manta Rota, para dar apenas alguns exemplos. Entre 2005 e 2012, já haviam sido investidos 30 milhões de euros em 75 obras.

Antes, e desde que o presidente da Câmara de VRSA Luís Gomes foi eleito pela primeira vez para este cargo, há cerca de 10 anos, já haviam sido investidos cerca de 30 milhões de euros, nas diferentes freguesias, em 75 obras da mesma natureza.

As obras chegaram às três freguesias do concelho – Vila Real de Santo António, Monte Gordo e Vila Nova de Cacela. Nesta segunda fase, foram construídos, no total, «34 quilómetros de novas condutas de esgotos e 33 quilómetros de novas tubagens de água», com os mais de 30 milhões de euros investidos. Foram, ainda, erigidos quatro reservatórios de água e 17 estações elevatórias.

O município teve ajuda de fundos comunitários, neste esforço, com a União Europeia a garantir uma comparticipação que atingiu «os 41 por cento do valor total das intervenções».

«Fechou-se o ciclo da água e acabámos com uma situação que não honrava o concelho, a sua população e os empresários que o escolheram para investir», resumiu Luís Gomes, na sessão de apresentação. «Não foi um trabalho de cosmética, foi uma intervenção profunda, estruturante e que prepara o VRSA para o futuro», acrescentou.

Luís Gomes recordou que, quando assumiu a presidência da autarquia, a situação era bem diferente. «Antes, as águas pluviais e os esgotos drenavam todos para a mesma rede. Era por isso que às vezes saía mau cheiro das sarjetas. A rede só chegava a 70 por cento das pessoas e corriam esgotos para o Guadiana. Em alguns sítios, havia fossas sépticas junto à Praia», lembrou.

Esta situação faz parte do passado. E não é a única, já que também a ameaça que pendia sobre a autarquia vilarealense de pagar uma multa diária por incumprimento da Diretiva Europeia da Água deixou de existir. «O Estado português já havia sido multado, devido à situação aqui em VRSA e em Matosinhos. Mas as novas regras estipulam que, a partir de agora, será o próprio município a pagar», revelou Luís Gomes, à margem da sessão. Com a conclusão destas obras, Vila Real de Santo António livra-se desta multa.

Já Pedro Pires, responsável pela empresa municipal SGU, que dirigiu o processo de obras, frisou que a intervenção permitiu«pôr fim, de uma vez por todas, aos esgotos a correr para o Guadiana».

Outros problemas que foi possível resolver foi o da pressão da água, que era baixa em alguns locais, e o da sua qualidade, já que, revelou Pedro Pires, havia locais onde ela saía da torneira «com uma cor duvidosa», devido ao mau estado da rede. Também a quantidade de água é maior. «Temos autonomia para aguentar 24 horas no dia de maior consumo, 15 de Agosto, sem qualquer fornecimento do exterior», exemplificou.

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