Silves aposta em Feira Medieval menos bélica e mais «romântica e sensual»

A época medieval no Algarve é associada a batalhas entre mouros e cristãos, mas ela foi muito mais do que isso, […]

feira medieval_1A época medieval no Algarve é associada a batalhas entre mouros e cristãos, mas ela foi muito mais do que isso, principalmente a nível cultural e artístico. É uma experiência nesta realidade menos bélica e mais «romântica e sensual», que a Feira Medieval de Silves, que começa hoje, propõe este ano.

A partir desta tarde, Silves vai viajar no tempo. É assim há doze anos, cada vez que começa uma Feira Medieval, na zona histórica da cidade. O euro deixa de ser moeda oficial e é substituído pelo xilb, os mendigos, os curandeiros, os cavaleiros e as bruxas voltam a ocupar as ruas em torno do castelo, que acolheu, ao longo de vários séculos, senhores cristãos e mouros.

Rosa Palma, presidente da Câmara de Silves, em entrevista à Rua FM/Sul Informação, explicou que «todos os anos há o cuidado de haver um retrato histórico e verdadeiro e, este ano, apostámos numa vertente mais artística e cultural, em que se procura criar um ambiente místico, sensual, de romantismo, e não só aquilo a que as pessoas estão habituadas, da parte bélica e da luta».

feira-medieval-de-silves_2Para levar as pessoas a «uma experiência diferente, mais perto do que se vivia naquela altura em termos culturais e artísticos na corte», foi feito um retrato histórico pelo professor Adalberto Alves, um dos maiores especialistas na cultura islâmica a nível nacional.

Segundo Pedro Garcia, Chefe de Divisão de Cultura, Turismo e Património da Câmara de Silves, «tudo o que vai acontecer no evento tem que obedecer ao período histórico e àquilo que queremos retratar. Episódios bélicos é o que há de mais banal nas recriações históricas, é o que encontramos de Norte a Sul do país, seja lutas entre cristãos e árabes, ou entre portugueses e espanhóis».

«Como este mercado das recriações históricas é cada vez mais competitivo, tentámos sempre inovar. Optámos por contactar Adalberto Alves, como especialista, de forma a iniciarmos uma colaboração para este contexto cultural, que ele tão bem conhece, e o trabalho dele foi além do que pretendíamos, uma vez que elaborou também diálogos das recriações, a nível de dramatizações ao longo da feira. Por isso, vamos estar um pouco acima do que estivemos nos últimos anos», acrescentou Pedro Garcia.

Feira medieval de SilvesQuem é repetente na Feira Medieval de Silves sabe que pode fazer parte da história trajando de acordo com a personagem que pretende encarnar, mas há quem opte por um “mergulho na época” mais aprofundado, com a opção Experiência Medieval.

«É um projeto que temos vindo a desenvolver, com contactos com unidades de alojamento e agências de viagens. É uma possibilidade de ver a feira com um acompanhamento permanente. A pessoa traja-se, assiste a todos os espetáculos, tem banquete, com lugares reservados, como se fosse da realeza. Até no torneio vai para a tribuna e os cavaleiros podem dedicar as lutas às damas», exemplificou Pedro Garcia.

A Feira Medieval tem um custo estimado de 200 mil euros, mas o evento paga-se a si próprio, segundo a presidente da Câmara de Silves. «Fica a receita e a despesa ela por ela. O que se pretende, como não estamos a falar de uma empresa com fins lucrativos, é que o valor que seja investido, seja retribuído e, a esse nível estamos bem. Queremos que aquela dinâmica que a feira gera dê vida aos comerciantes, às coletividades e que envolva as pessoas», concluiu a autarca.

A Feira Medieval de Silves está aberta hoje a partir das 18h00. O programa das recriações históricas e o mapa do recinto pode ser consultado aqui.

 

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