Portimonense Francisco Duarte vai lutar por título nacional de surf no Porto

Francisco Duarte tem 18 anos de idade e é um dos melhores surfistas algarvios da sua geração. Campeão regional do […]

1Francisco DuarteFrancisco Duarte tem 18 anos de idade e é um dos melhores surfistas algarvios da sua geração. Campeão regional do Sul Sub-18, o atleta de Portimão está a iniciar uma carreira profissional no surf e prepara-se para lutar pelo título nacional, na sua categoria, na grande final no Porto, dias 5 e 6 de setembro.

O Campeonato Nacional Esperanças no Porto vai ser disputado nas categorias Sub-16 e Sub-18. O Algarve vai estar representado por dois atletas Sub-16 e sete Sub-18, que se qualificaram através do Circuito Regional de Surf do Sul 2015.

“Todos os campeões regionais têm de ir ao Porto para ganhar”, admitiu Francisco Duarte, ao Sul Informação. A poucos dias de uma prova importante, fomos falar com o surfista, para conhecer o esforço colocado na construção de uma carreira desportiva, que na próxima época vai alargar-se ao circuito mundial ‘Qualifying Series’ (QS), da World Surf League (WSL).

Francisco Duarte teve o seu primeiro contacto com o surf aos oito anos de idade. “Comecei a surfar porque o meu irmão tinha interesse no surf. Eu não tanto, porque jogava futebol”. Experimentou, gostou e começou a ter aulas de surf.

“A minha primeira aula foi com o ‘Guga Gouveia, da Future [escola de surf na Praia da Rocha] e logo na primeira onda, pus-me de pé e cortei a onda. Foi um momento que nunca vou esquecer”.

2FranciscoDuarte_competicao_PraiaFaroA emoção de deslizar de pé nas ondas, o “sentimento que só o surfista conhece”, levou o jovem Francisco Duarte a deixar o futebol para se dedicar ao surf. Mudou para a Playsurf (outra escola de surf na Praia da Rocha), onde começou a competir. “A minha primeira competição foi uma prova regional na Arrifana e fiquei em 3º lugar Sub-12. Tinha 10 anos”, recorda o atleta.

Essa prova foi o momento-chave que fixou o atleta no surf. Francisco Duarte treinou-se também com o conceituado treinador algarvio Sérgio Brandão, de Sagres, e foi campeão regional em todas as categorias Esperanças (Sub-12, Sub-14, Sub-16 e Sub-18).

Aos 15 anos de idade, o surfista deixou o conforto da casa dos pais e da cidade natal e mudou-se para Lisboa, para se treinar com os melhores. “Foi uma mudança muito grande e difícil. Tive de aprender a ser organizado e a estabelecer prioridades”, diz Francisco Duarte.

A aprendizagem forçada acelerou o amadurecimento do jovem adolescente e acabou por ser vantajosa a todos os níveis. “Na escola, tive resultados melhores e uma das razões foi por ter crescido mais rápido”.

“O Francisco era um bebé e cresceu imenso. É hoje um miúdo muito responsável e exigente. Ele coloca a fasquia um bocado alta, mas tem conseguido evoluir”, diz Nuno Telmo, treinador do atleta algarvio na Academia Profissional de Surf (APS).

Francisco Duarte completou o 12º ano e vai agora fazer uma pausa nos estudos. “Vou congelar a matrícula no curso de Gestão de Marketing e apostar no surf a 100%, para perceber até onde isto pode ir”, revela o atleta.

3FranciscoDuarte_treino_BordeiraA prova no Porto surge numa altura importante de aceleração na carreira do atleta. Francisco Duarte venceu o regional, vai disputar a final nacional e tem participado em provas da Liga Moche (circuito que decide os campeões nacionais, feminino e masculino, acima dos 18 anos, no chamado escalão Open) e do Projunior Nacional e Europeu.

O surfista já tem experiência internacional por causa do Projunior Europeu, mas na próxima época, vai estrear-se no circuito mundial QS, porque o Projunior Europeu deverá passar de Sub-21 para Sub-18. “Vou fazer todas as etapas QS na Europa e, possivelmente, uma em Marrocos. E vamos ver se consigo fazer mais, dependendo dos patrocínios”, revela Francisco Duarte.

Esta subida de patamar vai colocar o atleta algarvio mais próximo da elite mundial e exigir um esforço ainda maior de preparação. “Daqui a um ano vejo-me a treinar muito. O meu objetivo principal é conseguir extrair o meu potencial máximo”, diz Francisco Duarte.

O adolescente que sonhava em ser surfista profissional tornou-se num jovem adulto à beira de realizar o sonho. Já não paga para fazer surf, porque tem marcas que lhe dão todo o material técnico necessário; mas ainda não vive do surf, muito embora e cada vez mais viva para o surf.

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