Enfermeiros dizem que há mais quatro funcionários do Hospital de Portimão com tuberculose

Foram detetados quatro novos casos de tuberculose latente no Hospital de Portimão, em duas enfermeiras e em dois assistentes operacionais, […]

Bacilo de Koch_TuberculoseForam detetados quatro novos casos de tuberculose latente no Hospital de Portimão, em duas enfermeiras e em dois assistentes operacionais, denunciou esta quarta-feira a direção regional do Algarve do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).

Pouco tempo depois da administração do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) ter negado que tenha alguma vez existido uma sala de isolamento de altas pressões na sua unidade de Portimão e ter instado os sindicalistas a pedir desculpa pelo que considerou «deturpação sistemática e voluntária», o SEP/Algarve também exige agora um pedido de desculpas, mas da parte da administração do centro hospitalar «aos enfermeiros e restantes trabalhadores».

Exigências de parte a parte que estão ligadas à “guerra” de posições que está aberta entre os representantes sindicais dos enfermeiros e os responsáveis pelos hospitais algarvios, sobre se houve ou não uma sala de isolamento em Portimão, entretanto desativada.

Numa nota de imprensa, a administração do CHA afirmou que «não existe, nem nunca existiu qualquer quarto de pressão negativa» no Hospital de Portimão. «O que existia em Portimão era um gabinete, isolado, que servia de armazém de material e tinha uma placa na entrada a dizer “isolamento”. Mas aquela sala nunca foi usada como isolamento, nem nunca teve pressões negativas», assegurou, em declarações ao Sul Informação, o Enfermeiro Diretor do centro hospitalar José Vieira dos Santos.

Ainda assim, o sindicato «reafirma tudo o que disse e comprovou-o quer através de fotos, quer por testemunhos de colegas». «Sempre que havia indicação para colocar algum doente no existente quarto de isolamento era escalado um enfermeiro responsável para a prestação de cuidados e solicitado aos engenheiros que ligassem o sistema», descreve.

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Antiga sala de isolamento do Hospital de Portimão – Foto cedida pelo SEP

Para o SEP, a desativação da sala em questão, onde funciona atualmente a triagem, veio aumentar o risco de exposição dos profissionais de saúde do Hospital de Portimão a doenças contagiosas, como a Tuberculose.

E, apesar de ter vindo a denunciar diversos casos de tuberculose entre os profissionais que trabalham em Portimão, o sindicato deixa claro que «nunca falou em surto de tuberculose», como a administração do CHA referiu na nota de imprensa que enviou às redações, mas sim em casos que lhes causam preocupação.

«É da responsabilidade do CHA a promoção de ambientes seguros. Curioso é ver que o Conselho de Administração não se pronuncia quanto à responsabilidade legal da falta de vigilância da saúde dos seus trabalhadores. Nem nada diz quanto à periodicidade dos rastreios à tuberculose de acordo com as orientações da DGS», acusa o SEP.

Da parte da administração do CHA, chega a garantia de que o acompanhamento adequado está a ser feito, o que terá permitido, de resto, despistar os casos agora denunciados, segundo o enfermeiro José Vieira dos Santos.

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