Curta brasileira selecionada para o Farcume devolve atriz algarvia à sua terra

A curta metragem brasileira «Vazio», que vai ser exibida amanhã, sábado, 29 de Agosto, no Farcume – Festival Internacional de […]

mazé ator e realizadorA curta metragem brasileira «Vazio», que vai ser exibida amanhã, sábado, 29 de Agosto, no Farcume – Festival Internacional de Curtas-Metragens, em Faro, é um projeto da produtora e atriz Mazé Portugal, realizada pelo cineasta Luciano Coelho, de Curitiba.

O curioso é que a produtora e atriz, que é também a protagonista do filme, apesar de residir e trabalhar há décadas no Brasil, é algarvia, nascida em Portimão em 1970. E esta é, por assim dizer, uma forma de Mazé Portugal regressar à sua terra natal, ainda que apenas em imagens, já que a atriz não conseguiu arranjar espaço no seu ocupado calendário para assistir à estreia da curta metragem na Europa.

Esta estreia «tem um significado muito especial, já que nasci no ventre do Algarve e este projeto foi gerado, com muito carinho, dentro de mim», disse Mazé ao Sul Informação.

Nascida em Novembro de 1970 em Portimão, onde residia com a sua família, Maria José Ferreira Banha, que mais tarde viria a adotar o nome artístico de Mazé Portugal, foi para o Brasil em 1975, quando nem tinha 5 anos de idade.

A família instalou-se em Curitiba, no estado brasileiro do Paraná, no Sul do Brasil, onde Mazé cresceu, estudou, e começou a dar os primeiros passos enquanto atriz.

A curta «Vazio» foi estreada, no ano passado, no Cineclube de Curitiba, cidade conhecida pela sua vida cultural intensa. Entretanto, já esteve presente em algumas mostras de cinema no Brasil, sendo a apresentação no Farcume, em Faro, a sua estreia na Europa.

filmagensMazé Portugal revelou ao Sul Informação que «o filme está circulando em algumas mostras, mas, talvez pela complexidade de se entender o jogo, não tem ido para muitos festivais. Mas também pela inexperiência da produtora na área cinematográfica, que não o inscreveu em muitos festivais». «A produtora sou eu, obviamente», acrescentou, rindo-se de si própria.

O filme de 16 minutos foi idealizado pela atriz e produtora depois de conhecer e trabalhar com textos do jovem dramaturgo Douglas Daronco. Ao deparar-se com o texto teatral «Vazio», concebido durante uma oficina de dramaturgia em 2010, a produtora ficou com vontade de levá-lo para o cinema e convidou o cineasta curitibano Luciano Coelho a dirigir a empreitada.

A maior qualidade no texto, que também conquistou o diretor, é o toque surrealista da narrativa baseada nos diálogos, criando diversas possibilidades sobre quem são, o que falam e qual a relação entre esse “homem” e essa “mulher”, representantes das relações entre casais universais.

O guião de Luciano Coelho traz a história para a linguagem de cinema sem que se perca o sabor teatral, mas fazendo a situação do bar dialogar com o apartamento e povoando a história com figuras da noite que ajudam a dar o tom melancólico de submundo e de vazio exterior e interior para tocar um tema que diz tanto a todos nós.

Para contracenar com Mazé Portugal, foi convidado o premiado ator e diretor paulista Marat Descartes, recentemente homenageado no Festival de Cinema de Tiradentes, no Brasil.

O filme será exibido na categoria de ficção do Farcume, no pátio exterior da Escola de Hotelaria e Turismo, em Faro, no sábado, 29 de Agosto, a partir das 21 horas.

O Farcume, que apresenta 200 curtas metragens divididas nas categorias de ficção, animação, documentários, videoclips e cinema do mundo, de realizadores de quase 50 países, continua hoje e amanhã, sempre com sessões a partir das 21 horas em três espaços da EHTA.

 

Quem é Mazé Portugal?

mazéÉ atriz, publicitária, diretora de produção, locutora, tradutora e diretora teatral. Formou-se em Comunicação Social – Publicidade e Propaganda pela PUC-PR, tendo ainda estudado interpretação em Londres (Actors Studio Method, na City Literary School, e na “Desmond Jones School of Myme e Physical Theatre”).

Iniciou sua carreira de atriz na televisão há 24 anos, tendo atuado em mais de 100 comerciais e vídeos institucionais,

Apresentou dois programas de Televisão, participou em cinco telenovelas: a História de Ana Raio e Zé Trovão (Rede Manchete/SBT), Sabor da Paixão (Globo), Cidadão Brasileiro, Esmeralda e Uma Rosa com Amor (SBT), em duas longas metragens (O Príncipe, de Ugo Giorgetti, e Sonhos Tropicais ,de André Sturm) e em sete curtas-metragem, tendo participado também como produtora em três deles: “Chornicles of Absurdity” e “Real e Confuso” de David d´Visant , e “Vazio”, com direção de Luciano Coelho.

De 1994 a 1997 trabalhou como diretora de RTVC da Agência de Publicidade HEADS. Participou ativamente na produção de inúmeros filmes publicitários premiados nesses anos.

No teatro, começou com Teatro Amador em 1988, fazendo várias peças com Nelson Di Córdova (como atriz, figurinista, coreógrafa e diretora) e em “Bella Ciao” com o grupo «Tá na Hora».

Profissionalizou-se em 1993 com o espetáculo do TCP “O Incrível Retorno do Cavaleiro Solitário”, de Hugo Mengarelli.

Foi dirigida por Felipe Hirsh, Romário Borelli, Fernando Klug, Francisco Medeiros, Rodolfo Garcia Vazquez, Marco Antonio Braz, José Antonio do Carmmo, Jairo Mattos, a diretora francesa Catherine Marnás e o italiano Roberto Innocente.

Trabalhou de 1996 a 2003 como atriz e produtora com a companhia Os Satyros, em Curitiba e São Paulo.

Em 2005, resolve fundar o grupo Serial Cômicos, produzindo o infantil “Amazônica”, com o apoio do SESC-SP, e o seu projeto de «Um lugar perfeito» foi premiado para o Festival Cultura Inglesa. Desde então, vem continuamente a atuar e produzir seus próprios espetáculos.

Como diretora: estagiou com Francisco Medeiros, em 2004, no projeto “Pode entrar que a casa é sua”; fez Assistência de Direção em 2002 para Mauro Zanatta, em “Sob o Signo da Virgem”, para Marco Antônio Braz, em 2005, em “Um Lugar Perfeito”, e em 2011 para Thadeu Peronne, em” Amores (Re) Partidos”. Em 2007, dirigiu o espetáculo “Cold Meat Party (A festa do Presunto)”.

Além das Artes Cénicas e Audiovisual, nos últimos anos vem trabalhando na administração de projetos de Literatura para Kafka Edições. E como assessora cultural no Teatro Bom Jesus, em Curitiba.

REALIZOU/EMPREENDEU OS SEGUINTES PROJETOS:
2013/14 – Curta-metragem VAZIO com direção de Luciano Coelho.
2012 – IMPRECAÇÕES de Michel Deutsch com direção de Márcio Mattana
2011/12/13/14 – A FARSA DO BOI OU O DESEJO DE CATIRINA de Adriano Barroso com direção de Thadeu Peronne
2007/8/9 – COLD MEAT PARTY (FESTA DO PRESUNTO) de Brad Fraser com direção de Mazé e Thadeu Peronne
2007 –POR QUE NÃO FUI ENTERRADO NO MORUMBI?! De César Figueiredo com direção de Jairo Matos
2005/6 – UM LUGAR PERFEITO de Phillip Ridley com direção de Marco Antonio Braz
2004/5 – AMAZÔNICA de Lea Chaib com direção de Kleber Montanheiro
2002 – SOB O SIGNO DA VIRGEM de Branca Aurora com direção de Mauro Zanatta
2000 – A DANÇA DA MORTE de August Strindberg com direção de Rodolfo Garcia Vazquez
1995 – A RAINHA DO RÁDIO de José Saffioti Filho com direção de Tupaceretan Matheus

PRéMIOS RECEBIDOS E TÍTULOS:
PREMIADA COMO MELHOR ATRIZ DO FETACAM 2012 por “ACONTECEU NO BRASIL ENQUANTO O ÔNIBUS NÃO VEM”.
PREMIADA COM O TROFEU GRALHA AZUL EM 1998 – MELHOR ATRIZ COADJUVANTE POR “OS CANTOS DE MALDOROR”
INDICADA COMO MELHOR ATRIZ PARA O PRÊMIO RPC TV DE 2009 POR “SEGREDOS DE UM CORAÇÃO ADORMECIDO”
INDICADA COMO MELHOR ATRIZ NO FESTIVAL DE BLUMENAU DE 1992 POR BELLA CIAO
INDICADA COMO MELHOR ATRIZ PELA IMPRENSA DE CURITIBA EM 1995 POR A RAINHA DO RÁDIO

 

Quem é Luciano Coelho?

realizadorLuciano Coelho formou-se cineteleasta com especialidade em direção pela Escuela Internacional de Cine y Televisión de San Antonio de Los Baños – Cuba, em 1995.

Além de diretor e produtor, também atua como roteirista, diretor de fotografia e montador.

Na área de documentários, estreou-se com a curta “História de um Passado Perdido” (1998), filmada em 16mm no Chile.

Também se destacou no cenário nacional com produções ficcionais, como foi o caso da média metragem “O Fim do Ciúme” (2002) que ganhou, entre outros prémios, dois kikitos no Festival de Gramado.

Também dirigiu e produziu a premiada curta documentário “Vida de Balcão” (2007) e as longas documentais “Pra Ver a Umbanda Passar” (2007), “Música Subterrânea” (2008), “Caras de um Carnaval” (2010), entre outros.

Em 2011, dirigiu a curta metragem de ficção “Medo de Sangue” e, em 2012, estreou a curta “Uns Braços”, baseada num conto do escritor brasileiro Machado de Assis.

Luciano acaba de lançar o documentário musical “A Linha Fria do Horizonte”, que já começa a circular em festivais no Brasil e internacionais e já teve três exibições no Canal Brasil, coprodutor do projeto.

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