Olhãopesca diz que conquilha continua “à mesa” e quer limite de toxinas revisto

A Olhãopesca vai pedir ao Secretário de Estado do Mar para que os níveis de segurança ou os limites regulamentares […]

Mariscadores VRSAA Olhãopesca vai pedir ao Secretário de Estado do Mar para que os níveis de segurança ou os limites regulamentares de toxinas DSP sejam revistos. Desde meados de maio que a captura e a comercialização de conquilha está interdita na zona Sul devido à presença de biotoxinas, mas segundo a organização, esta continua a ser capturada e vendida no mercado paralelo, e servida em restaurantes, sem que haja consequências para a saúde conhecidas.

Segundo a Olhãopesca, «desde 2014 que estas interdições, especificamente para a conquilha, são mais regulares e prolongadas e traduzem-se numa alteração radical no padrão de ocorrência de interdições deste tipo».

A Olhãopesca refere em comunicado que «os armadores e pescadores respeitam a referida interdição», não capturando aquela espécie e «dirigem a pesca a outras espécies bivalves de menor valor comercial ou, em último caso, entram em inactividade forçada, como se observa nas embarcações da ganchorra de menor porte (baleeiras) que, devido à sua dimensão e capacidade estrutural, são específicas para a pesca dirigida à conquilha».

No entanto, a organização diz que a captura ilegal de conquilha continua a ocorrer e que existe um mercado paralelo dedicado. «Esta captura é exercida por indivíduos oportunistas em busca do lucro fácil, bem como por apanhadores apeados desesperados em busca da única fonte de rendimento; no mercado paralelo e durante os períodos de interdição, a conquilha pode valer cerca de 7,00€ a 13,00€ por quilo, enquanto, em períodos sem interdições, o seu valor normal ronda os 3,00€ a 4,00€. Por outro lado, os milhares de veraneantes nas praias do sotavento algarvio apanham manualmente conquilha», explica a Olhãopesca.

Banhistas a apanhar conquilhaDevido a este mercado paralelo, «encontra-se conquilha à venda nos diversos restaurantes sem qualquer tipo de controlo veterinário ou identificação e é consumida tanto nos estabelecimentos comerciais como nas casas particulares. É um facto inegável, pelo que a fiscalização não tem meios suficientes para controlar um mercado e uma área tão abrangente», acusa a organização.

Apesar de a captura de conquilha estar interdita por razões de saúde, «face ao consumo que se observa [resultante do mercado paralelo], não há notícias de intoxicações diarreicas, ou outras, devido ao consumo de conquilhas ou de qualquer outro tipo de bivalve, o que nos leva a duvidar de todo este processo, no sentido de questionar até que ponto os níveis de segurança (limites regulamentares de toxinas DSP) não estão exageradamente altos».

A Olhãopesca diz que a «atual situação está a criar sérias dificuldades a nível social ao setor da pesca com arte de ganchorra da zona Sul onde está sediada a principal frota de pesca da ganchorra do País, com cerda de 50 unidade de pesca, todas elas aderentes à Olhãopesca – Organização de Produtores de Pesca do Algarve, CRL».

A interdição de captura de bivalves na zona Sul já levou a Câmara Municipal de Vila Real de Santo António a pedir análises a um laboratório em Espanha, sendo que, segundo a autarquia, os resultados obtidos não justificam a interdição da captura entre Tavira e VRSA decretada pelo IPMA.

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