Julho, o mês das duas Luas Cheias ou seja da Blue Moon

Num mês com Lua Cheia em dose dupla, podemos iniciar as nossas atividades astronómicas logo na madrugada de dia 2, […]

Céu a sul pelas 2 horas da madrugada de dia 2. Igualmente são visíveis a posição da Lua nas madrugadas de dia 26 e 31 e o radiante da chuva de meteoros das delta Aquaridas (Imagem adaptada de Stellarium)
Céu a sul pelas 2 horas da madrugada de dia 2. Igualmente são visíveis a posição da Lua nas madrugadas de dia 26 e 31 e o radiante da chuva de meteoros das delta Aquaridas (Imagem adaptada de Stellarium)

Num mês com Lua Cheia em dose dupla, podemos iniciar as nossas atividades astronómicas logo na madrugada de dia 2, observando a Lua Cheia junto à constelação do Sagitário.

No dia 5, a Terra atinge o ponto da sua órbita mais afastada do Sol, o afélio, distando do Sol mais 3,4% do que aquando do periélio (ponto da órbita de maior proximidade ao Sol). Assim, comparativamente a esse instante, a Terra recebe menos 6,5% energia solar.

Mas, no hemisfério Norte, tal é largamente compensado pelo facto de, por esta altura, ele estar voltado na direção do Sol.

Também no dia 5, Plutão encontrar-se-á na direção diametralmente oposta à do Sol, isto é, em oposição. Apesar de uma maior aproximação à Terra, Plutão continuará a não ser visível mesmo com telescópios de pequena dimensão. Esta efeméride ocorre poucos dias antes da passagem da sonda New Horizons (da NASA) a cerca de 10000km de Plutão, prevista para o dia 14.

O quarto minguante terá lugar pouco depois do pôr-do-sol de dia 8, mas só o iremos ver quando a Lua nascer pela uma hora da madrugada seguinte ao pé da constelação dos Peixes.

Ao início da noite de dia 12, a Lua já terá passado à beira da estrela Aldebarã, o olho da constelação do Touro. Nalguns pontos do nordeste asiático será mesmo possível ver a Lua passar à frente desta estrela.

A Lua Nova dar-se-á na madrugada de dia 16. Igualmente neste dia, Mercúrio atinge o seu periélio. Por estes dias, tanto Mercúrio como Marte (que está ao seu lado) nascem pouco antes que o Sol, não sendo uma boa altura para observá-los.

Céu a oeste pelas 22 horas da noite de dia 18. Igualmente é visível a posição da Lua ao início da noite de dia 23 (Imagem adaptada de Stellarium)
Céu a oeste pelas 22 horas da noite de dia 18. Igualmente é visível a posição da Lua ao início da noite de dia 23 (Imagem adaptada de Stellarium)

Ao início da noite de dia 18, iremos encontrar a Lua na direção de Júpiter, Vénus e da estrela Régulo, o “coração” da constelação do Leão. Aliás a Lua vai passar tão “perto” de Vénus que algumas regiões do sul do Oceano Pacífico irão assistir à ocultação deste planeta.

O quarto crescente terá lugar na madrugada de dia 24, com a constelação da Virgem como pano de fundo. Dois dias depois, a Lua já estará à beira de Saturno, que por estes dias se encontra junto à constelação de Balança, pondo-se pela uma hora e meia da madrugada.

O pico de atividade da chuva de estrelas delta Aquaridas é esperado para dia 28. O seu nome deve-se a que estes meteoros parecem surgir da vizinhança da estrela delta da constelação do Aquário. Trata-se de um evento modesto que, mesmo em condições ideais, não deverá superar os 16 meteoros por hora.

Este mês termina com uma nova Lua Cheia. Devido ao movimento da terra em torno do Sol, a Lua Cheia de dia 31 dar-se-á na constelação do Capricórnio. Este movimento de translação é igualmente responsável pela aparente deslocação do Sol para leste vista ao longo do ano.

Nos países anglófonos a segunda Lua Cheia do mês é chamada de Blue Moon (Lua Azul). Por se tratar de um evento pouco comum (a próxima terá lugar em Janeiro de 2018) nestes países deu origem à expressão “Once in a blue moon”, que numa tradução mais livre pode ser visto como “uma vez a cada Lua Azul”

Boas observações!

 

Autor: Fernando J. G. Pinheiro (CITEUC)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

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