Muitos incêndios no início de 2015 colocam Proteção Civil em alerta para o Verão

O ano de 2015 começou mal, no que a incêndios e área ardida em zona não urbana diz respeito, mas […]

incendio monchiqueO ano de 2015 começou mal, no que a incêndios e área ardida em zona não urbana diz respeito, mas há a confiança de que o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF) montado para este ano permita passar o período de maior risco sem grandes sobressaltos.

O dispositivo que será afeto ao Algarve, nas chamadas fases Bravo, Charlie e Delta, onde o nível de risco de incêndio é mais elevado, foi apresentado esta terça-feira em Faro. Em relação a 2014, considerado um ano tranquilo, na região, há muitas poucas mudanças ao nível da composição do dispositivo.

O que mudou, e para bem pior, foi o número de fogos ocorridos em Portugal, desde o início de 2015, em relação a igual período do ano passado. De 1 Janeiro até 5 de Maio de 2015 registaram-se 4320 ignições/ocorrências, contra as 973 que houve nos primeiros quatro meses de 2014. Também ao nível da área ardida, o número mais do que quadruplicou dos cerca de 2200 hectares, em 2014, para os perto de 10 mil e 900 hectares que já arderam, este ano, em território nacional.

Isto levou José Moura , 2º comandante do Centro Nacional de Proteção Civil, a deixar um aviso aos diferentes agentes da proteção civil presentes na apresentação do DECIF: «Preparem 2015 como se fosse o pior ano de sempre», acrescentando que a política a seguir é a de «tolerância zero às baixas».

Dado o alerta, e como «não há bola de cristal» para adivinhar o que aí vem, a mensagem é de confiança no dispositivo hoje apresentado e que irá proteger as florestas algarvias, nos próximos meses. Até porque é «semelhante, até ligeiramente maior», ao de 2014, quando «96 por cento dos incêndios foram debelados no ataque inicial», o que equivale a dizer que, dos 339 incêndios que começaram na região, «apenas em 14 se passou para ataque ampliado», revelou o comandante regional da Proteção Civil Vaz Pinto, na apresentação do DECIF 2015 para o Algarve.

Foto de arquivo CM Castro Marim- Incêndio Almada D'Ouro - 2012A principal diferença entre este dispositivo e o de 2014, é que haverá menos duas equipas de sapadores florestais, ou seja, menos 10 homens e dois veículos desta natureza, no terreno.

Este tipo de equipas são criadas por municípios ou associações de produtores florestais e «são fulcrais», por passarem todo o ano no terreno e poderem dar uma ajuda preciosa aos que o estão a combater.

Em 2015, deixaram de existir as duas equipas que operavam no território da Associação Terras do Infante, que abrange os concelhos de Aljezur, Vila do Bispo e Lagos.«É sempre uma preocupação, haver menos estas duas equipas, que estavam sempre no terreno, aumentavam a capacidade de vigilância e ajudavam na hora de combater o fogo», confessou.

Ao todo, haverá um total de 333 operacionais, das diversas entidades envolvidas no DECIF, apoiados por 78 viaturas, na fase Bravo (15 de Maio a 30 de Junho), 445 homens e 108 veículos, na fase Charlie (1 de Julho a 30 de Setembro) e 246 elementos e 62 viaturas, na Fase Delta (1 a 30 de Outubro).

No que toca a bombeiros, propriamente ditos, haverá 178 homens e 42 viaturas (Bravo),  265 bombeiros e 66 veículos (Charlie) e 83 elementos e 25 viaturas (Delta).

Na fase Charlie, a considerada de maior risco, estes homens serão apoiados por quatro meios aéreos de ataque inicial, três deles estacionados no Algarve e um quarto em Ourique.

Incendio mexilhoeira_helicópteroO primeiro destes meios aéreos, um helicóptero ligeiro, chega já na sexta-feira, 15 de Maio, e ficará estacionado em Monchique.

A partir de 15 de junho, o dispositivo será reforçado por um helicóptero bombardeiro médio, que operará a partir de Loulé.

A 1 de Julho, o dispositivo algarvio passa a contar com mais dois helicópteros ligeiros, um estacionado no Cachopo, outro em Ourique.

«Fizemos o trabalho de casa e estamos preparados, mas não conseguimos controlar as condições meteorológicas. Mas iremos responder perante as adversidades com que nos depararmos», disse o comandante Vaz Pinto.

«O dispositivo que está instalado, de há alguns anos a esta parte, é aquele que é considerado por todos os intervenientes como sendo o adequado, para que possamos enfrentar uma campanha com confiança. Se tivermos condições meteorológicas normais, responderá, de certeza, de forma excecional. Se forem adversas, teremos mais dificuldade, mas podemos sempre solicitar o reforço de meios nacionais», afirmou Vaz Pinto, realçando que tem «total confiança neste dispositivo».

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