Música barroca de Seixas e Soler marca concerto do Festival Terras sem Sombra

«O Século XVIII ao Piano em Portugal e Espanha: De Carlos de Seixas a Antonio Soler» é o tema do […]

IVAN MARTIN CABRERA, PIANISTA. TEATRO PEREZ GALDOS. C140412«O Século XVIII ao Piano em Portugal e Espanha: De Carlos de Seixas a Antonio Soler» é o tema do concerto que o pianista Iván Martín apresenta no próximo sábado, 11 de Abril, às 21h30, na Igreja Matriz de São Salvador, em Sines, em mais um fim de semana do Festival Terras sem Sombra (FTSS).

Apresentando um notável diálogo entre dois mestres do Barroco, num jogo de correspondências com palco na Península Ibérica, o concerto, com entrada gratuita, integra-se na 11ª edição do FTSS, promovido pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, este ano tendo como tema O Magnum Mysterium – Diálogos Musicais no Sul da Europa (Séculos X-XXI).

Numa analogia entre dois mestres fundamentais da música peninsular do Barroco, o concerto terá como influência o italiano Domenico Scarlatti. “A trilogia básica de aproximações hispano-lusas encontra a completude no concerto de Sines” diz Júan Ángel Vela del Campo, diretor artístico do festival.

Juntos, Seixas e Soler refletem o espírito musical de uma época, num interessante e cativante programa que une seis sonatas de cada compositor, acrescenta.

Em torno de contextos culturais e artísticos peculiares, o português Carlos Seixas (1704-1742) oferece um alargamento dos horizontes estéticos, formais e estilísticos entre o período barroco e a época clássica.

Num percurso em tudo idêntico, o compositor espanhol Antonio Soler (1729-1830) idealizou muitas das sonoridades com base no pianoforte.

Num discurso musical dotado de elevada periodicidade e simetria na sua articulação interna, a cadência rítmica do minuete barroco está presente na Sonata em Ré menor, R. 115. Como desfecho do presente repertório, a Sonata em Dó menos, R. 48, também ela transmite uma extraordinária emoção pela ausência de perorações de natureza frígia.

Os dois representantes da música ibérica para tecla do século XVIII desafiam Iván Martín na complexidade das suas passagens, ora em movimentos contrapontísticos, ora em sequência vertical, garantindo um repertório de excelência.

Nascido em Las Palmas de Gan Canaria (1978) o pianista Iván Martín é reconhecido pela crítica e pelo público como um dos mais brilhantes da sua geração.

Colabora com quase todas as orquestras espanholas, assim como, entre outras, com a Orquestra Filarmónica de Londres, a Berliner Konzerthausorchester e a Orquestra dos Virtuosos de Praga. Foi artista residente da Orquesta Filarmónica de Gran Canaria e do Centro Cultural Miguel Delibes de Valladolid.

Dirigiu a Real Filarmónica de Santiago de Compostela, a Orquestra Sinfónica de Castela e Leão e a Orquestra Sinfónica da Galiza. Recentemente fundou o Galdós Ensemble, orquestra com um repertório diversificado que junta peças barrocas, clássicas, modernas e contemporâneas.

Gravou inúmeros programas de rádio e televisão, sendo que as suas gravações de Soler, Mozart e Schröter foram consideradas por muitos como uma referência, valendo-lhe importantes distinções (XV Prémios Nacionais de Música de Espanha).

 

Domingo dedicado à biodiversidade das Lagoas de Santo André e Sancha

Como sempre acontece, na manhã de domingo, 12 de Abril, a comunidade do festival vai unir-se em prol da biodiversidade, numa ação que conta com a colaboração do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (Reserva Natural das Lagoas de Santo André e Sancha) e com o apoio da Câmara Municipal de Sines.

A biodiversidade está cada vez mais ameaçada pela invasão de espécies exóticas, tema bastante presente nas várias iniciativas de salvaguarda da natureza desenvolvidas no âmbito do Festival Terras sem Sombra.

As espécies exóticas são responsáveis por estarem em perigo 110 das 395 espécies da Europa em vias de extinção.

Através de um passeio nas margens da Lagoa da Sancha, esta ação promete dar a conhecer aos participantes as espécies alienígenas terrestres específicas do Baixo Alentejo e os métodos eficazes para a sua erradicação.

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