Festival Terras Sem Sombra convida a uma viagem pelos segredos da Mina do Lousal

Músicos, população e a comunidade do Festival Terras Sem Sombra vão unir-se no domingo, 19 de Abril, a partir das […]

mina do lousalMúsicos, população e a comunidade do Festival Terras Sem Sombra vão unir-se no domingo, 19 de Abril, a partir das 10h30, numa ação de descoberta e salvaguarda do património ambiental e da biodiversidade, na Mina do Lousal.

Desta vez, com a coordenação assegurada pelo Laboratório Nacional de Energia e Geologia, Centro de Ciência Viva do Lousal, Comité IGCP – UNESCO e Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, a visita gira em torno daquela que foi uma das principais regiões mineiras da Europa: a faixa piritosa ibérica.

A aldeia mineira do Lousal fica cerca de 20 quilómetros a sul da vila de Grândola. Durante 88 anos consecutivos, entre 1900 e 1988, a sua mina, uma das mais importantes de Portugal, explorou pirite para extração do enxofre, albergando 2500 habitantes e 1100 operários.

Hoje, fechada a mina, é possível reviver a atividade de outrora através do Centro Ciência Viva do Lousal. Nesta visita proporcionada pelo Festival Terras Sem Sombra, os participantes são convidados a conhecer esse extraordinário património geológico português, ainda pouco divulgado.  A geodiversidade de um sítio mineiro da Faixa Piritosa será o tema da ação a realizar na antiga mina.

biodiversidadeAo longo de um percurso na área envolvente da aldeia do Lousal e  vale da Ribeira de Corona, serão observadas a corta (escavação a céu aberto) da antiga mina de pirite e uma galeria mineira, santuários da geodiversidade.

Serão igualmente apresentadas as rochas sedimentares e vulcânicas que acompanham as mineralizações de sulfuretos maciços do Lousal, numa viagem que se estende aos mares do Paleozoico superior com 360 milhões de anos, onde, entre vulcões e sedimentos marinhos, fluidos hidrotermais deram origem ao jazigo do Lousal.

Serão abordadas também outras histórias das rochas, como as suas dobras e falhas tectónicas e a cor decorrente da sua alteração pelos agentes atmosféricos. Um passeio numa paisagem com lagoas de águas ácidas de tons vermelhos, mas onde a relevância da biodiversidade não pode ser esquecida.

A vasta corta, os poços mineiros, os equipamentos industriais e o que resta dos bairros recordam as várias épocas e níveis sociais daqueles que por lá passaram, com muitos dos mineiros aí deixando a vida.

O diálogo entre gerações é outras das componentes desta iniciativa, já que a ação conta com a participação dos alunos, professores e técnicos da Eco-Escola das Ameiras, um estabelecimento do ensino básico de Grândola, cujo programa escolar se centra, em larga medida, no património ambiental do concelho, e que é presença regular, sempre muito interessada, nas atividades do Festival Terras Sem Sombra.

Da sua interação já resultaram a criação de um “Museu do Sobreiro” ao ar livre e projetos em curso sobre a valorização do montado de sobro e a salvaguarda da Serra de Grândola, onde se verificam severos problemas de conservação de espécies autóctones.

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