Centro de Ciência Viva do Algarve vai ter o nome de Mariano Gago

O primeiro Centro de Ciência Viva a ser inaugurado no país, o do Algarve, em Faro, vai passar a ter […]

O ministro da Ciência Mariano Gago e o Presidente da República Jorge Sampaio na inauguração do CCVAlg, em Faro, em 1997
O ministro da Ciência Mariano Gago e o Presidente da República Jorge Sampaio na inauguração do CCVAlg, em Faro, em 1997

O primeiro Centro de Ciência Viva a ser inaugurado no país, o do Algarve, em Faro, vai passar a ter o nome de Mariano Gago, que faleceu na passada sexta-feira.

O ex-governante socialista foi o principal impulsionador destes espaços de divulgação científica junto da população e inaugurou o CCV de Faro, em 1997, na qualidade de ministro da Ciência e da Tecnologia.

A Câmara de Faro aprovou, por unanimidade, uma proposta do presidente da autarquia Rogério Bacalhau, que determina que o município, enquanto sócio da associação que gere o Centro Ciência Viva do Algarve, proponha na próxima Assembleia Geral a renomeação do espaço para «Centro Ciência Viva do Algarve José Mariano Gago».

«Já falámos com os outros sócios e é pacífico. Toda a gente reconhece o mérito de José Mariano Gago», revelou ao Sul Informação Rogério Bacalhau. A próxima AG «deverá ter lugar já em Maio».

O edil social-democrata, na proposta que fez na reunião de executivo, salientou que queria prestar «uma justa homenagem, a título de reconhecimento público, a um dos homens que mais fez pelo desenvolvimento da Ciência em Portugal».

No texto de enquadramento da proposta que apresentou, Rogério Bacalhau recorda este «cientista e investigador português de referência», que fez parte de Governos socialistas entre 1995 e 2002, e 2005 e 2011, lembrando que foi ele que criou o programa dos Centros Ciência Viva em Portugal, «que promoveu uma real democratização do acesso ao conhecimento científico».

O presidente da Câmara de Faro acabou por privar, por diversas vezes, com Mariano Gago, enquanto diretor da Escola Secundária Pinheiro e Rosa, cargo que ocupou durante muitos anos.

Ao longo dos tempos, acabou por criar uma relação mais próxima com o então ministro. «Ele veio muitas vezes ao Algarve e, como é evidente, quando conhecemos as pessoas, elas deixam uma marca. Era uma pessoa muito humilde, muito próxima, que gostava de conversar sobre ciência», lembrou.

O ministro da Ciência Mariano Gago e o Presidente da República Jorge Sampaio na inauguração do CCVAlg, em Faro, em 1997
O ministro da Ciência Mariano Gago e o Presidente da República Jorge Sampaio na inauguração do CCVAlg, em Faro, em 1997

«Lembro-me dos Clubes de Astronomia nas escolas, impulsionados por Mariano Gago. Na Pinheiro e Rosa tínhamos um e desenvolvemos diversas atividades», acrescentou.

Além das marcas pessoais, Mariano Gago deixou marcas institucionais. E elas também foram bem fortes, em Faro, já que foi na capital algarvia que se inaugurou o primeiro Centro de Ciência Viva português, a 3 de agosto de 1997.

«Mariano Gago impulsionou e marcou notavelmente a ciência portuguesa nas últimas décadas, contribuindo decisivamente, enquanto presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia e Ministro da Ciência, para o desenvolvimento do sistema científico nacional em muitas das suas vertentes», resumiu Rogério Bacalhau.

A proposta aprovada pelos vereadores da coligação PSD/CDS-PP, PS e CDU da Câmara de Faro também contemplava um voto póstumo de louvor a José Mariano Gago.

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