Turismo do Algarve exige investimento do Estado para assegurar futuro do setor

O ano turístico de 2014 foi «muito positivo», para o Algarve, e a região «contribuiu com 4,5 milhões de euros […]

RTA 45 anos_01O ano turístico de 2014 foi «muito positivo», para o Algarve, e a região «contribuiu com 4,5 milhões de euros para o Produto Interno Bruto nacional». A região algarvia continua a ser a que mais peso tem, no setor do turismo, em Portugal, mas não tem sido compensada em conformidade, defendeu esta quarta-feira o presidente da Região de Turismo do Algarve.

Desidério Silva cedo lançou o mote para o debate «Turismo no Algarve: passado, presente e futuro», o “prato principal” da cerimónia de comemoração dos 45 anos da RTA, que decorreu em Vale de Lobo, e colocou em cima da mesa questões que, considera, podem condicionar o futuro do setor.

O responsável máximo pelo Turismo do Algarve aproveitou a presença do Primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e do secretário de Estado do Turismo Adolfo Mesquita Nunes , para exigir ao Governo mais investimento na região, proporcional ao retorno financeiro que esta dá ao país.

Esta é uma velha reivindicação da RTA e um problema que, para Desidério Silva, começa logo com a decrescente aposta na instituição que dirige.

«Em termos promocionais vimos alargada a possibilidade de atuação que recentemente passou a incluir Espanha. Retomámos o conceito de mercado interno alargado, porém, isso não se refletiu numa maior dotação orçamental», lembrou Desidério Silva, que aproveitou para lembrar que o mercado espanhol representa cerca de 30 por cento das dormidas oficiais da região.

Olhando para o setor em si, Desidério Silva pediu intervenções ao nível dos custos de contexto a que estão sujeitos os empresários do setor, nomeadamente ao nível da fiscalidade, e realização de diversas obras, como a requalificação da EN 125, da linha-férrea e dos Portos Comerciais do Algarve.

As questões levantadas por Desidério Silva acabaram por não ter uma resposta direta da parte de Passos Coelho, mas foram abordadas, juntamente com outras, no debate que se seguiu.

RTA 45 anos_02A iniciativa teve como convidados o empresário André Jordan, o ex-secretário de Estado do Turismo Vítor Neto, o presidente do Turismo de Portugal João Cotrim de Figueiredo e o diretor do Aeroporto de Faro António Correia Mendes. A moderar a conversa, que também incluiu o muito público presente 8cerca de 300 pessoas), estiveram o diretor-adjunto da Lusa Ricardo Jorge Pinto e o diretor-adjunto do Expresso Nicolau Santos.

A promoção do Algarve em Portugal e no estrangeiro, a criação de mais atrações turísticas para combater a sazonalidade (como um calendário forte de eventos e uma oferta cultural genuína), a rentabilização do ativo que representa o aeroporto de Faro para a região e o desenvolvimento do mercado residencial estiveram no centro das atenções dos oradores que expressaram diferentes pontos de vista sobre o turismo algarvio.

Da parte da assistência, surgiram algumas perguntas difíceis, nomeadamente para o representante da ANA Aeroportos António Correia Mendes. A questão da polémica taxa cobrada às rent-a-car que não têm instalações dentro dos aeroportos ainda está bem quente e o deputado social-democrata Cristóvão Norte aproveitou a ocasião para confrontar António Correia Mendes com aquilo que vem apelidando de «prática abusiva e de natureza predatória», da parte da empresa que gere o Aeroporto de Faro, infraestrutura que foi concessionada à multinacional Vinci há mais de um ano.

O parlamentar algarvio não poupou críticas à ANA e à sua opção em impor esta taxa às pequenas empresas de rent-a-car, muitas delas algarvias, e exigiu respostas de António Correia Mendes, mas acabou por não as obter.

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