Passos Coelho: Novo Hospital no Algarve «será construído a seu tempo»

O tema da sessão era Turismo e a ocasião o aniversário da Região de Turismo do Algarve, mas este acabou […]

Pedro Passos CoelhoO tema da sessão era Turismo e a ocasião o aniversário da Região de Turismo do Algarve, mas este acabou por não ser o setor mais focado por Pedro Passos Coelho, na intervenção que fez na sessão de abertura da cerimónia de comemoração dos 45 anos da RTA, que decorreu esta quarta-feira, no Hotel Ria Park, em Vale de Lobo.

O Primeiro Ministro aproveitou a ocasião para fazer um discurso muito focado em defender a apregoada melhoria da situação económica do país. Ao mesmo tempo, mostrou que não esqueceu a promessa antiga de um novo Hospital Central para o Algarve, que, disse, será «construído a seu tempo».

Cá fora, já não se ouviam os gritos dos cerca de 50 manifestantes que se juntaram ao lado dos portões do hotel, na esperança de dizer de sua justiça, de forma direta, ao líder do Governo. Algo que não lograram fazer, apesar de a concentração ter começado bem antes da hora em que estava prevista a intervenção de Pedro Passos Coelho.

Perante uma plateia composta por empresários, dirigentes de entidades públicas e académicos do Algarve, Passos Coelho aproveitou para dar conta dos progressos que considera terem sido conseguidos, ao nível do setor da saúde, na região.

«Os hospitais do Algarve tinham dívidas, que herdámos, a rondar os 120  milhões de euros. Hoje não têm qualquer dívida e aumentámos a produção clínica», afirmou Pedro Passos Coelho, que garante que «nunca foram prestados tantos atos clínicos como agora».

Protesto contra Passos Coelho Aniversario RTA_1O otimismo do Primeiro-Ministro, nesta matéria e em relação às perspetivas de desenvolvimento económico sustentável do país, no futuro, não eram partilhadas pelos manifestantes. A contestação às demolições nas ilhas-barreira da Ria Formosa dominou os cartazes, mas não faltaram gritos de ordem contra as políticas do Governo, pedidos de demissão e a exigência da execução das obras na EN125 e da abolição das portagens na Via do Infante.

Estas duas últimas questões foram também abordadas pelo presidente da RTA, que falou momentos antes do Primeiro-Ministro. No seu discurso, Desidério Silva queixou-se do que considerou «a  desvalorização a que a região tem sido votada ao longo de anos», em que faltou «investimento proporcional à importância da região».

A demora na requalificação da EN125 é um dos exemplos que dá, tendo Desidério Silva aproveitado para exigir que «seja feito um estudo do impacto das portagens na Via do Infante», para aferir se valeu a pena. Também pediu que sejam cumpridas, com celeridade, as promessas de investimento na linha férrea e nos Portos do Algarve.

A redução da dotação orçamental da RTA, apesar de esta ter chamado a si a promoção em Espanha, e os «custos de contexto» que pesam sobre os empresários do setor, foram igualmente salientados.

Passos Coelho e Desidério SilvaNeste último caso, Desidério Silva esclareceu que estão em causa questões de diversa natureza, entre as quais a fiscal, lembrando o aumento do IVA da restauração, medida que as forças vivas da região vêm contestando há muito.

«Há que olhar com outros olhos para o Turismo, valorizando o setor e o Algarve», defendeu Desidério Silva.

O presidente da RTA lançou o repto, mas Passos Coelho não respondeu. O líder do Governo preferiu realçar o crescimento do setor do turismo e a sua importância para a balança comercial e aumento das exportações. E, disse, apesar de a região representar «uma parte muito significativa» deste setor, «há que apostar no turismo, para lá do Algarve».

À margem da sessão, Desidério Silva desvalorizou o facto de não ter recebido resposta ao seu repto e acredita que Passos Coelho o ouviu e que irá ser discutida pelos membros do Governo. «Estou certo de que não saiu em saco roto, até porque houve aqui um reconhecimento, da parte do primeiro-ministro, do peso que o Algarve tem no turismo nacional», disse.

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