O que é um astrónomo amador?

Gosta de olhar para o céu noturno? Os astrónomos amadores são pessoas com as mais diversas profissões que se dedicam […]

Astronomia - foto de Guilherme de Almeida
Astronomia – foto de Guilherme de Almeida

Gosta de olhar para o céu noturno? Os astrónomos amadores são pessoas com as mais diversas profissões que se dedicam às observações astronómicas apenas por gosto. Não são os únicos a dedicar-se a uma atividade por prazer: há quem se delicie a pescar, a observar aves, colecionar folhas de árvores, fósseis, selos ou moedas.

O leitor (ou leitora) gostaria de aprender a localizar e identificar estrelas e constelações no céu? Saber como encontrar o Leão, o Pégaso, o Capricórnio ou o Escorpião?

Há em Portugal milhares de pessoas que se podem considerar astrónomos amadores. E esses números são ainda maiores nos países mais evoluídos. O leitor (ou a leitora) também poderá vir a ser um astrónomo amador.

Entre os astrónomos amadores há quem observe ocasionalmente e quem o faça assiduamente e conheça o céu como as palmas das próprias mãos. Uns começaram há pouco tempo e outros já observam o céu há dezenas de anos. Alguns fazem só observações visuais e outros preferem o registo fotográfico. A variedade e profundidade de conhecimentos é imensa entre os amadores. E a palavra amador não tem nada de pejorativo.

Os astrónomos profissionais são geralmente doutorados numa determinada área da Astrofísica e dedicam-se à Astronomia como profissão que é a sua fonte de subsistência. Têm obviamente conhecimentos teóricos muito mais profundos do que os amadores e cumprem programas de trabalho bem definidos. Podem aceder a telescópios muito mais poderosos que os dos amadores, mas na maior parte dos casos interpretam dados e não fazem observações visuais. Não possuem prática observacional e conhecimento familiar do céu, que são aspectos típicos dos astrónomos amadores.

Astronomia no Verão - foto de Elisabete Rodrigues
Astronomia no Verão – foto de Elisabete Rodrigues

Livres dos constrangimentos dos profissionais, os amadores podem escolher o que querem observar, por exemplo, os planetas, a Lua, o Sol, estrelas variáveis, estrelas duplas, cometas, enxames de estrelas, nebulosas e galáxias. Fazem-no sem limites de tempo e por gosto, desde que a observação seja compatível com o seu equipamento.

São quase sempre os amadores que descobrem os fenómenos imprevisíveis. Existem atualmente projetos em que os PROfissionais e AMadores colaboram de um modo ativo (projetos PROAM).

Não é preciso ter habilitações especiais para ser astrónomo amador. Porém, as características da formação e profissão de cada um também podem influenciar a escolha das diferentes atividades.

E numa associação de astrónomos amadores encontram-se todas as profissões. A maior e mais antiga associação de astrónomos amadores em Portugal é a APAA (Associação Portuguesa de Astrónomos Amadores), com sede em Lisboa, acessível em http://apaaweb.com/v2013/ (telefone 213 863 702). Existe desde 1976 e publica uma revista.

O astrónomo amador distingue-se do vulgar curioso porque não se limita a ler livros: ele observa mesmo. Podem fazer-se observações a olho nu, com binóculos e com telescópios. É claro que, com um telescópio, pode observar-se muito mais, e com mais espectacularidade do que a olho nu ou com binóculos, mas tudo isso de nada serve se o observador não conhecer o céu a olho nu, o que qualquer pessoa consegue desde que seja persistente. Por isso, o primeiro passo é mesmo conhecer o céu a olho nu.

Os livros que entusiasmam e incitam à observação do céu, com conselhos e exemplos práticos em linguagem clara, são uma ajuda preciosa para quem quer conhecer o céu noturno.

Há diversos eventos periódicos (de entrada livre e gratuita) que promovem a troca de informações e de experiências entre os interessados. O prazer crescente pelas observações do céu é ainda evidenciado nos eventos públicos anuais ligados às observações astronómicas, como as Astrofestas e a Astronomia no Verão.

 

Texto e fotografia de Guilherme de Almeida
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

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