ACRAL quer dar a conhecer «a real dimensão» do projeto da IKEA em Loulé

A Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL) voltou à carga na luta que tem movido contra […]

Lotes do complexo comercial do IKEAA Associação do Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL) voltou à carga na luta que tem movido contra a instalação de uma Loja IKEA, desta vez para «dar a conhecer aos algarvios a real dimensão do megaprojecto IKEA previsto para os concelhos de Loulé e Faro».

O volume de construção previsto tem sido uma das questões mais criticadas pela ACRAL e por outras forças vivas da região, mas o presidente da associação Vítor Guerreiro considera que, apesar de tudo, «os algarvios desconhecem a real dimensão do que se pretende instalar junto ao nó do aeroporto na Via do Infante».

Até porque, assegurou o dirigente associativo, em declarações reproduzidas numa nota de imprensa enviada às redações pela ACRAL, «os empresários algarvios não estão contra a loja do IKEA, que não mete medo a ninguém», mas sim contra um «projeto comercial desmedido, que quer criar uma concentração comercial, com a qual não conseguem de todo competir, mortal para uma parte significativa da economia regional».

«As pessoas pensam que se trata de uma loja IKEA normal e por isso não conseguem perceber os perigos para a economia regional», defendeu.

Mas, disse Vítor Guerreiro, o que está em causa «é um megaprojecto comercial com mais 40 hectares de área, um colosso que promete secar tudo à sua volta como um eucalipto», alegou.

Loja IKEAO responsável máximo pela ACRAL sustenta esta afirmação nos números, que fez questão de salientar. O projeto do IKEA, lembrou, será implantado numa área total «de mais de 407 mil metros quadrados (m2), dos quais 131 mil m2 serão de área construída. Isto significa que, para além da loja IKEA, serão construídos «dois centros comerciais de 220 lojas» e «duas lojas de grande dimensão com cerca de 20 mil m2 de área».

«O que querem construir junto à Via do Infante em zona atravessada por aquíferos, em terrenos que sempre tiveram uso agrícola, junto ao principal nó de acesso à capital de distrito, ao futuro hospital central e ao aeroporto, não é uma loja IKEA, é um mega centro comercial que atenta contra o ambiente, a sustentabilidade do ordenamento do território e contra a economia regional», alega Vítor Guerreiro.

«Uma vez aberto, este gigante comercial ameaça destruir não só as lojas do comércio tradicional, mas por em causa indiretamente todas as empresas que na cadeia económica prestam serviços às lojas e empresas que desaparecerão por efeito direto deste projeto. Este é o efeito dominó que importa sublinhar», alegou o presidente da ACRAL.

A ACRAL alega que o projeto IKEA «criará uma centralidade artificial junto ao nó do Aeroporto da A22 com consequências sérias na criação de um desequilíbrio estrutural na distribuição das atividades económicas no território da região».

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