Voluntários ajudam Cantina Social da Cáritas de Portimão a servir 30 refeições por dia

A Cantina Social da Cáritas Paroquial da Matriz de Portimão vai começar a servir no domingo, 22 de Fevereiro, «20 […]

cantina socialA Cantina Social da Cáritas Paroquial da Matriz de Portimão vai começar a servir no domingo, 22 de Fevereiro, «20 a 30 refeições» a «idosos e outras pessoas com graves dificuldades económicas» que habitam no centro antigo da cidade, revelou ao Sul Informação o Padre Mário Sousa, responsável pelo projeto.

A cozinhar e a servir a comida estarão voluntários da paróquia de Portimão, que se organizaram para esse fim. Assim como, em breve, haverá um grupo de voluntários para levar a refeição a casa das pessoas sozinhas, que não se podem deslocar.

A Cantina Social vai ficar instalada no espaço de um antigo restaurante na Rua Diogo Gonçalves, junto à sede da Cáritas, que foi adquirido pela Paróquia de propósito para «dar resposta ao elevado número de pessoas carenciadas que habitam no centro da cidade e que, por dificuldade económica ou incapacidade (pela idade ou doença), passam dias sem uma refeição confecionada».

«Há uma bolsa de pobreza no centro antigo de Portimão, composto sobretudo por idosos, muitos deles a viver sozinhos, mas não só», explicou o Padre Mário.

A Cantina Social funcionará num regime de take away, em que a comida (jantar) será levada para casa em recipiente próprio e de forma a possibilitar não só o jantar desse dia, como o almoço do seguinte.

Para começar, a Cantina irá servir «20 a 30 jantares por dia, para os casos já identificados, mas esse número poderá aumentar», acrescentou o Padre Mário.

padre mario_2A Cáritas de Portimão já desenvolve uma ampla ação social na cidade, auxiliando mensalmente mais de 200 famílias (cerca de 700 pessoas), com alimentos, roupa e ajudas técnicas, assim como auxílios pontuais na medicação, luz e água. Esta é mais uma iniciativa nesse âmbito.

Mas a Cáritas quer ir mais longe e, por isso mesmo, é um dos vértices do projeto «Tão perto de Ti», que envolve também a Junta de Freguesia de Portimão e a Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários locais.

Este projeto, promovido pela Junta de Freguesia, é apresentado como «um processo de cooperação humana, técnica e logística entre as partes envolvidas, com o intuito de prestar auxílio a pessoas carenciadas e com mobilidade condicionada, que se encontram referenciadas pelos serviços sociais, através da distribuição de refeições confecionadas, rastreios e controle básico de saúde aos beneficiários».

Segundo Álvaro Bila, presidente da Junta e da Associação dos Bombeiros Voluntários, o objetivo é «apoiar as famílias que todos os dias chegam até nós em situações económicas e sociais difíceis, quer por via do desemprego, quer por via da conjuntura que atravessamos».

Assim, além de ir atribuir um subsídio anual à Cantina Social da Cáritas e fornecer colaboração pontual, como tem acontecido agora com as pequenas obras e intervenções necessárias no antigo restaurante onde vai funcionar o novo serviço da Cantina.

Mas o projeto prevê ainda a realização de ações de rastreio de saúde semanais às pessoas apoiadas e identificadas pelos serviços de Ação Social da Câmara de Portimão. Esses rastreios serão assegurados pela Associação de Bombeiros Voluntários de Portimão, permitindo assim o acompanhamento ou o diagnóstico precoce de doenças, através da medição da tensão arterial, níveis de colesterol e glicémia.

cozinha-Cantina-Social2Ana Figueiredo, vereadora com o pelouro da Ação Social na Câmara de Portimão, salienta que a ação da Cáritas se integra na «rede de emergência social» criada no concelho, apoiando pessoas que também «são apoiadas pelo município noutras vertentes, nomeadamente a nível das rendas, dos medicamentos, da taxa social da água e da habitação social».

Comentando as afirmações da presidente do Instituto da Segurança Social que, esta semana, disse que, nos últimos meses, havia menos pessoas a procurar as cantinas sociais, a vereadora Ana Figueiredo garantiu que «não é essa a realidade de Portimão e do Algarve», onde o «desemprego continua a ser muito grande e as famílias se debatem com cada vez mais problemas».

A Cáritas Paroquial da Matriz de Portimão foi fundada pela Paróquia há cerca de quatro anos, «como forma de dar resposta imediata ao crescente número de pessoas que, pelas consequências da crise, a procuravam, já em desespero», explica, por seu lado, o Padre Mário.

É formada apenas por voluntários da comunidade cristã, num total de cerca de 90 pessoas.

Padre Mário: Cantina irá servir «20 a 30 jantares por dia, para os casos já identificados, mas esse número poderá aumentar»

«Embora com o nome da organização mundial da Igreja Católica, as Cáritas Paroquiais são autónomas e dependem exclusivamente da Paróquia local, quer na organização, quer nas receitas para o auxílio que prestam», acrescentou o pároco de Portimão.

No ano de 2014, a Cáritas da Matriz distribuiu 67.083 quilos de alimentos, em colaboração com o Banco Alimentar, 6.041 peças de vestuário, e 34.414,21 euros em ajudas várias, dinheiro «resultante exclusivamente dos donativos dos paroquianos».

Em Portimão já existe um outro refeitório social, o do Centro Social Padre Arsénio, na zona da Senhora do Amparo, mas que presta auxílio a «uma população diferente», sobretudo pessoas sem abrigo e toxicodependentes.

A abertura da Cantina Social da Cáritas contará com a presença do Bispo do Algarve D. Manuel neto Quintas, que benzerá as instalações. A inauguração terá lugar no dia 22 de Fevereiro, às 10h00.

 

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