Poucas escolas que abriram no Algarve recorrem a «pessoal do fundo de desemprego»

«A grande maioria das poucas escolas que estão a funcionar no Algarve só abriram graças ao recurso a pessoal do […]

Escola-Básica1«A grande maioria das poucas escolas que estão a funcionar no Algarve só abriram graças ao recurso a pessoal do fundo de desemprego», denuncia Rosa Franco, do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas, em declarações ao Sul Informação.

Os trabalhadores não docentes das escolas estão hoje em greve, levando ao fecho da «grande maioria» dos estabelecimentos escolares em todo o Algarve, a exemplo do que está a acontecer no resto do país.

A sindicalista fala mesmo de uma «tentativa de abrir uma escola em Messines só com pessoal do desemprego, e que nós impedimos, porque eles não podem assegurar o serviço sozinhos».

No global da região, revela Rosa Franco, regista-se «uma boa adesão e uma boa resposta à greve». «Em alguns locais, como tivemos uma convocatória no passado dia 30 e já está marcada nova greve para Março, houve colegas que decidiram não aderir desta vez, porque um dia de greve custa um dia de salário, e são trabalhadores com salários baixos», explicou.

Assim, o ponto da situação atual feito pelo Sindicato indica que, em Loulé, apenas está a funcionar a Escola Secundária, estando «todas encerradas» as escolas do Agrupamento Duarte Pacheco, «muitas do Agrupamento Padre Cabanita», e a escola do 1º Ciclo.

Em Salir, a escola vai fechar à tarde, em Almancil, na EB 2,3 há poucos funcionários, mas está aberta, enquanto a EB1 fechou.

Em Quarteira, a Secundária Laura Ayres fechou, na escola do 1º ciclo aderiram à greve «quase todos os funcionários», a D. Dinis «está a funcionar a meio gás, mas pode fechar à tarde», o que vai acontecer também com a S. Pedro.

Em Lagoa, só a EB 2,3 Jacinto Correia está a funcionar, estando todas as outras escolas encerradas. Em Olhão, só abriu portas a Secundária, ainda assim com apenas 48% dos funcionários ao serviço.

Em Vila Real de Santo António, a Secundária fechou, mas nos concelhos vizinhos o panorama é diferente, já que estão abertas as escolas de Castro Marim, Martim Longo e Alcoutim.

As escolas estão encerradas também em Aljezur, em São Bartolomeu de Messines e nas Ferreiras, à exceção de Paderne.

Os trabalhadores não docentes exigem a abertura de concursos para integrar funcionários que se encontram a exercer funções com caráter permanente e reclamam a valorização da carreira e da tabela salarial.

Os sindicatos denunciam que, paralelamente, são recrutados funcionários sem experiência de trabalho com crianças, a 3,20 euros à hora, estando o setor a ser suportado por «milhares de trabalhadores precários».

Os representantes dos trabalhadores pretendem negociar com o governo e, se as reivindicações não forem atendidas, equacionam novas formas de luta, que poderão passar por outra greve, uma grande manifestação ou outras iniciativas.

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