António Branco: Melhoria na comunicação da Universidade do Algarve já dá frutos

É reitor da Universidade do Algarve há apenas um ano, mas não teve um ano de estreia discreto. Assim que […]

reitor antónio branco_1É reitor da Universidade do Algarve há apenas um ano, mas não teve um ano de estreia discreto.

Assim que tomou posse, António Branco apostou forte na área da comunicação e na criação de pontes institucionais, nomeadamente com as autarquias algarvias, aposta que, acredita, já começou a dar frutos.

O reitor da UAlg António Branco falou com o Sul Informação e com a Rádio Universitária do Algarve RUA FM para fazer um balanço do seu mandato, até ao momento. A entrevista pode ser ouvida, na íntegra, às 19 horas de amanhã, sexta-feira, na RUA FM (102,7 FM) ou online.

Uma conversa onde se abordaram variados temas, com destaque para as questões financeiras, mas também a estratégia de desenvolvimento da instituição, que o Conselho Geral está atualmente a apreciar.

Ao longo do último ano, a principal mudança que António Branco notou na academia foi na capacidade de comunicação, interna e, principalmente, para o exterior, que, considera, melhorou muito.

Neste campo, afasta de si a fatia de leão dos “louros” e passou-os ao gabinete de comunicação da UAlg, que «soube compreender a importância deste desígnio da reitoria». Quem o conseguiu, realçou, foi a mesma equipa que já estava na casa, que «não teve, praticamente, nenhuma alteração».

Este é um dos frutos que a universidade já estará a colher, desde que António Branco, o primeiro reitor da UAlg que veio da área das Humanidades, tomou posse. Mas não será o único.

As visitas que o reitor promoveu em 14 dos 16 municípios do Algarve, nos quais conheceu instituições e empresas locais, guiado pelos executivos camarários, também estarão a começar a dar algum retorno.

António Branco: “Não sei se 2015 não será o ano em que teremos de nos ir sentar à frente dos responsáveis pela tutela e dizer: ou os senhores fazem alguma coisa, ou isto vai ser uma grande desgraça.”

«Os números ainda não estão totalmente apurados, mas penso que este ano teremos um aumento nas receitas em serviços prestados. Julgo que isso já poderá estar ligado a esse esforço de aproximação à região», disse.

Também houve um aumento do número de alunos que entraram na Universidade do Algarve, na primeira fase de candidaturas. A UAlg foi mesmo aquela que teve um maior aumento, em termos percentuais, no número de alunos recrutados, na comparação entre o atual e o anterior ano letivo.

A aposta em criar laços mais fortes com as forças vivas do Algarve é já uma face da estratégia da atual equipa reitoral. E, apesar deste assumido olhar para dentro, António Branco recusa ser um reitor regionalista. «O que eu sempre defendi é que a região tem de ser o chão do qual levantamos voo para outros patamares, a nível nacional e internacional», explicou.

A estratégia da universidade está, de resto, na ordem do dia. Mas, admite António Branco, os planos para o futuro estarão sempre dependente da evolução da conjuntura. E, acima de tudo, da resolução da questão do financiamento do Ensino Superior, que, insiste, não é financeiro e sim «político».

«O Conselho Geral tem, neste momento, em mãos – e toda a comunidade académica pode consultar -, o Plano Estratégico, no qual nos propomos a atingir determinados objetivos, nos quatro anos de mandato. Isso é uma estratégia!», começou por dizer.

«Mas, se me perguntar: com que recursos? Não sei…, não faço a mínima ideia. Aqueles que dependem só de nós, sei. O problema é que a maior parte dos recursos não depende de nós», disse.

António BrancoA questão financeira continua bem presente na vida da UAlg, que em três anos, viu diminuídas as transferências diretas do Estado «em 10 milhões de euros», o que «é inacreditável». Uma tendência de redução das verbas vindas do Orçamento de Estado que se manterá em 2015.

«Não sei se 2015 não será o ano em que teremos de nos ir sentar à frente dos responsáveis pela tutela e dizer: ou os senhores fazem alguma coisa, ou isto vai ser uma grande desgraça», avisou.

«A situação financeira, olhando-se para a universidade como para uma empresa, não é saudável. No entanto, nós não somos uma empresa, somos uma entidade que temos uma função do Estado a cumprir. Até agora, temos arranjado meio de pagar todos os compromissos», disse.

«Mas, se não houver, em breve, uma inversão desta trajetória, mais dia, menos dia, vai-se criar um problema na Universidade do Algarve – e, imagino, noutras Instituições de Ensino Superior – que vai exigir uma intervenção política», reforçou.

 

Nota: A emissão da entrevista a António Branco na Rádio Universitária do Algarve RUA FM, originalmente prevista para esta quarta-feira, às 19 horas, foi adiada para sexta-feira, dia 19 de dezembro, devido a uma alteração de última hora na grelha da rádio, alheia ao Sul Informação.

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