Autarquias algarvias tentam adquirir rede de fibra ótica da extinta Globalgarve

As autarquias algarvias querem adquirir, cada qual, a rede de fibra ótica que liga edifícios públicos nos seus territórios e […]

Rede InformáticaAs autarquias algarvias querem adquirir, cada qual, a rede de fibra ótica que liga edifícios públicos nos seus territórios e vão apresentar uma proposta conjunta ao gestor de insolvência da já extinta agência de desenvolvimento regional Globalgarve, que instalou e detinha aquela infraestrutura.

Segundo o presidente da AMAL – Comunidade Intermunicipal do Algarve, «já assinaram a proposta 14 dos 16 presidentes de Câmara da região», estando para breve a subscrição dos dois restantes. A proposta ascende, no seu conjunto, «a cerca de 270 mil euros».

Depois de apresentada a proposta, e «se a assembleia de credores a validar e o juiz deixar», cada Câmara passa a deter a rede instalada no seu concelho e a geri-la como entender. Neste negócio, cada município pagará um valor distinto. «No caso de Tavira, são 23,9 mil euros», revelou Jorge Botelho, que é, igualmente, edil deste concelho.

A falência da Globalgarve, decretada pelo tribunal há alguns meses, na sequência de uma ação interposta por trabalhadores com salários em atraso, deixou num limbo esta infraestrutura, que serve apenas edifícios públicos. O facto de a rede ser agora mais um ativo na massa insolvente da agência de desenvolvimento regional, leva a que a continuidade do seu funcionamento esteja em risco.

Os administradores cessantes da Globalgarve alertaram, no final da passada semana, para esta possibilidade, que Jorge Botelho não afasta. «Há sempre um risco de um apagão e de os sites [das Câmaras] ficarem em baixo», disse, mas adiantou que há alternativas a que se pode recorrer, caso isso aconteça.

O problema não é tanto o haver ou não outros prestadores de serviço, mas sim o custo associado. Continuar a usar uma rede criada especificamente para ligar diretamente os diferentes serviços camarários, que as Câmaras, enquanto sócias da Globalgarve (era uma parceria público-privado, a 50/50 por cento), também ajudaram a pagar, é bem mais barato do que contratar o mesmo serviço a qualquer um dos operadores no mercado. «Três ou quatro vezes» mais barato, garantem os administradores cessantes da Globalgarve.

As Câmaras, que já estariam a negociar a rede antes de ser decretada a insolvência e rejeitado o Plano Empresarial de Recuperação entretanto apresentado, não desistiram de o fazer, com a falência, como havia apelado o último administrador da agência Vítor Guerreiro, igualmente presidente da ACRAL, na passada semana.

Esta infraestrutura chegou a ser colocada a leilão, no âmbito do processo de insolvência da Globalgarve, por um valor base de 500 mil euros, mas não surgiram interessados em licitar.

 

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