O céu de Outubro, o mês em que a hora muda

Em outubro, a Lua está em quarto crescente logo no dia 1. E ao pôr-do-Sol desse dia, os planetas Saturno […]

Figura 1 - O Triângulo de Verão, a apontar para Sul, ao início da noite do dia 12Em outubro, a Lua está em quarto crescente logo no dia 1. E ao pôr-do-Sol desse dia, os planetas Saturno e Marte estarão próximos do horizonte, a Sudoeste. Saturno estará 15 graus acima do horizonte, mas ao longo do mês irá ficar cada vez mais baixo, deixando de ser visível para o final de outubro.

Quanto a Marte, estará pouco mais alto no dia 1, cerca de 19º acima do horizonte, mas mantem essa altura ao anoitecer durante todo o mês.

No dia 7, Urano estará em oposição, ou seja, do lado oposto ao Sol, no céu. Este planeta é de difícil observação, pois só é visível com binóculos e em céus escuros. Infelizmente a Lua estará Cheia no dia seguinte e está demasiado próxima do planeta, transformando o que já é difícil de observar, em praticamente impossível. Mas quem espera, sempre alcança.

Saltando para a noite de 12 para 13, já a Lua estará longe o suficiente de Urano para tentarem encontrá-lo. Mas como o planeta só nasce por volta das 20h00, podem aproveitar essa hora para se orientarem, graças ao Triângulo de Verão.

Figura 2 - O céu virado a Sul por volta da uma da manhã do dia 13Este asterismo (ou seja, uma “constelação” não oficial) é formado pelas estrelas mais brilhantes das constelações da Lira, Águia e Cisne (respetivamente, Vega, Altair e Deneb). O “de Verão” deste triângulo vem de estas três estrelas estarem praticamente por cima das nossas cabeças, ao início da noite, lá para o meio de Agosto.

Mas no início do Outono, este grande triângulo no céu serve também para nos orientar, pois ao início da noite, parece um enorme seta a apontar para Sul. E é exatamente nesta direção que estará Urano, cerca de cinco horas depois. Para o encontrar, basta apontar uns binóculos para a constelação dos Peixes, mais ou menos a meio caminho entre o horizonte e a estrela brilhante mais baixa do “W” da constelação de Cassiopeia.

Dia 15, a Lua chega ao quarto minguante e dia 18 estará a apenas 6 graus de Júpiter, que nasce por volta das 2 da manhã. A Lua Nova ocorre no dia 23.

E dia 26 Portugal volta à hora de Inverno, por isso há que atrasar a hora. No Continente e na Madeira, atrasam-se 60 minutos às 2 da manhã (passa a ser 1 da manhã), enquanto nos Açores, atrasa-se uma hora há 1 da manhã (passando a ser meia-noite).

Figura 3 - Radiante das Oriónidas, por volta das 6 da manhã do dia 21No dia 28, a Lua passa a 6 graus de Marte. No dia 31, a Lua volta ao quarto crescente.
Ainda de notar que este mês tem duas chuvas de meteoros. As Dracónidas têm máximo previsto para dia 8, mas a visibilidade desta chuva será fortemente afetada pela Lua Cheia.

Já as Oriónidas, com máximo previsto para a madrugada de dia 21, têm previstos cerca de 20 meteoros por hora.

Boas observações.

 

Autor: Ricardo Cardoso Reis (CAUP)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

LEGENDAS DAS FIGURAS:
Figura 1: O Triângulo de Verão, a apontar para Sul, ao início da noite do dia 12.
(Imagem: Stellarium/Ricardo Cardoso Reis)

Figura 2: O céu virado a Sul, por volta da 1h00 da manhã do dia 13. A essa hora, Urano estará a passar a Sul, e em céus escuros, poderá ser observado com binóculos.
(Imagem: Stellarium/Ricardo Cardoso Reis)

Figura 3: Radiante das Oriónidas, por volta das 6 da manhã do dia 21. Também por perto, na constelação do Caranguejo, estará o planeta Júpiter.
(Imagem: Stellarium/Ricardo Cardoso Reis)

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