Universidade do Algarve exige ser incluída no programa de bolsas «Mais Superior»

O Reitor da Universidade do Algarve António Branco considera que há uma desigualdade na atribuição das bolsas «Mais Superior» e […]

Universidade-do-Algarve2O Reitor da Universidade do Algarve António Branco considera que há uma desigualdade na atribuição das bolsas «Mais Superior» e que a Universidade do Algarve está a ser lesada por não estar incluída neste programa, que atribui bolsas de estudo a alunos que queiram estudar fora das grandes áreas urbanas.

Como o Sul Informação noticiou em primeira-mão, a academia algarvia foi a que teve o maior aumento de candidatos colocados na 1ª fase do Concurso Nacional de Acesso ao Ensino Superior, em todo o país, mas vê-se afastada deste programa nacional, por estar inserida numa Região de Transição, ou seja, que se encontra em “Phasing Out” do Objetivo de Convergência da União Europeia (regiões mais pobres) para o Objetivo de Competitividade (mais abastadas).

«Por considerar que os critérios de atribuição destas bolsas, financiadas através do Fundo Social Europeu e à luz das regras europeias, são injustos para os alunos e para as suas famílias, o reitor já manifestou o seu descontentamento ao secretário de estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, que reconheceu esta desigualdade e exprimiu a intenção de, conjuntamente com a Universidade, procurar modos alternativos de incluir a Universidade do Algarve no programa Mais Superior no próximo ano letivo», revelou a UAlg, numa nota de imprensa. Do grupo dos beneficiários do programa Bolsas Mais Superior fazem parte 12 Instituições de Ensino Superior.

Este é um dado negativo no meio de uma série de boas notícias, para a academia algarvia. Além do aumento de 14 por centono número de alunos colocados na primeira fase, quando a média nacional se fixa em 1 por cento, há a perspetiva de que nas duas fases de colocação que ainda faltam, a totalidade de vagas ainda existentes, nos dois sub-sistemas da UAlg, «sejam ocupadas na sua plenitude».

António BrancoPara já, foram ocupadas 75 por cento dos lugares disponíveis no subsistema universitário e 60 por cento das vagas no politécnico.

Já em relação às engenharias, António Branco assume «uma grande insatisfação e preocupação com o desempenho da UAlg, sobretudo no subsistema politécnico».

Contudo, analisando os resultados nacionais, verifica-se que «em universidades e institutos politécnicos com um desempenho muito elevado na 1ª fase do CNA, quando se observam as engenharias, verificam-se quebras muito grandes de recrutamento, o que quer dizer que há um problema nacional nesta área», defendeu o reitor.

Para António Branco, este problema poderá ter na sua base duas questões difíceis de resolver. «A primeira está relacionada com os resultados das provas necessárias para as engenharias, Matemática A e Física, que poderão fazer com que os alunos, embora querendo estudar engenharia, não tenham os requisitos essenciais. A segunda questão poderá ter a ver com uma perceção social, por exemplo na área da engenharia civil, de que a atividade económica das grandes construtoras praticamente parou», referiu.

«Porém, contrariamente a essa perceção social, existem estudos que indicam que há trabalho nas engenharias, incluindo a engenharia civil, e que daqui a alguns anos Portugal poderá correr o risco de precisar de engenheiros civis e de não os ter», considerou o reitor da UAlg.

Corrigido um lapso na redação da notícia, às 18h15, incluindo uma referência às engenharias no parágrafo: Já em relação às engenharias, António Branco assume «uma grande insatisfação e preocupação com o desempenho da UAlg, sobretudo no subsistema politécnico».

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