Lagoa quer antigo Posto Agrário para Viveiro Municipal e Quinta Pedagógica

A Câmara de Lagoa quer o antigo Posto Agrário para aí instalar o novo Viveiro Municipal, uma Quinta Pedagógica e […]

Posto agrário_1A Câmara de Lagoa quer o antigo Posto Agrário para aí instalar o novo Viveiro Municipal, uma Quinta Pedagógica e ainda um laboratório para recolher espécimes da flora e fauna da região. Para isso, o edil Francisco Martins entregou pessoalmente à ministra da Agricultura uma carta, manifestando o «interesse deste Executivo em adquirir a referida propriedade».

A carta foi entregue a 15 de Agosto, durante a assinatura de um novo protocolo entre a Câmara de Lagoa e a Direção Regional de Agricultura e Pescas, que antecedeu a inauguração oficial da FATACIL, presidida pela ministra Assunção Cristas.

Os terrenos do antigo Posto Agrário, com cerca de 12,4 hectares, situam-se na Canada, local hoje colado ao núcleo urbano de Lagoa. Os terrenos, que foram durante décadas hortas e pomares viçosos e centro de experimentação agrícola, estão há longos anos abandonados.

Recentemente, chegou a estar previsto para aí – e a ser apresentada oficialmente – a construção das novas instalações da Adega Única. Mas a cooperativa acabou por abandonar esse projeto que já tinha garantido financiamento, nomeadamente do Proder. Desde então, o antigo Posto Agrário integra a Bolsa de Terras criada pelo Ministério de Agricultura.

Assunção Cristas_1Se Assunção Cristas aceder ao pedido da Câmara de Lagoa, os férteis terrenos agrícolas servidos pelo perímetro de rega do Arade não se transformarão em exploração de algum jovem agricultor, mas num complexo onde a autarquia pretende, entre outras coisas, promover a recuperação e a educação ambientais.

De acordo com a carta entregue à governante, aquando da sua visita aos Paços do Concelho, em meados de Agosto, e a que o Sul Informação teve acesso, o Município afirma ter como «uma das suas prioridades estratégicas de desenvolvimento sustentável o Ambiente e a Proteção da Natureza», através da «ampliação das zonas verdes dentro dos seus perímetros urbanos», da «recuperação de áreas degradadas de antigos areeiros e lixeiras, da requalificação de jardins, parques e zonas de lazer existentes e do lançamento de novos projetos paisagísticos».

Estes projetos são considerados «importantes para valorizar a qualidade da oferta turística do concelho de Lagoa e a educação ambiental nas suas escolas, por forma a que disponham de uma Quinta Pedagógica que permita uma aprendizagem prática em contacto com a Natureza».

Posto agrário_2No entanto, para concretizar todos esses objetivos, o Município precisa «com urgência de um terreno com boa aptidão agrícola para desenvolvimento de viveiros de árvores e flores que irão ser plantadas nas zonas verdes do concelho». Um terreno que tenha «instalações de pecuária para a Quinta Pedagógica» e ainda espaço para instalar «um laboratório para recolhas e análises de espécimes autóctones de flora e fauna especificamente do concelho e da região algarvia».

Na sua carta, a autarquia sublinhava que o atual Viveiro Municipal se situa no interior do perímetro urbano da cidade de Lagoa, estando «completamente desajustado e obsoleto para funcionar como plataforma logística desta estratégia ambiental de desenvolvimento sustentável do nosso concelho».

Da missiva entregue a Assunção Cristas não consta esta ideia, mas o presidente Francisco Martins, durante a cerimónia a que o Sul Informação assistiu, falou ainda na intenção de criar «hortas sociais» no antigo Posto Agrário e de aí promover inclusivamente «cursos de formação com o IEFP».

Assunção CristasPor isso, tendo o Executivo Municipal «conhecimento de que existe no concelho um espaço propriedade do Estado, sob a tutela do Ministério da Agricultura, designado como Posto Agrário de Lagoa, que reúne excelentes condições para ser uma ótima alternativa ao nosso exíguo e desadequado espaço de Viveiro», manifesta o seu «interesse» nessa propriedade.

Ao que o Sul Informação apurou, o Ministério da Agricultura ainda não deu uma resposta formal a este pedido. Mas, no dia 15, nos Paços do Concelho de Lagoa, a ministra Assunção Cristas disse ver com «muito interesse» esta proposta. Aguarda-se agora os novos desenvolvimentos desta questão.

 

Comentários

pub