Tentativa de agressão a médica em Albufeira leva sindicato a exigir mais segurança nos SUB

Uma médica foi alvo de tentativas de agressão e insultada, quando estava de banco no serviço de Urgências Básicas de […]

medicosUma médica foi alvo de tentativas de agressão e insultada, quando estava de banco no serviço de Urgências Básicas de Albufeira, no dia 29 de julho, no turno da noite. Uma situação que o Sindicato Independente dos Médicos (SIM) denunciou publicamente, exigindo que os responsáveis regionais pelo setor da saúde tomem medidas para salvaguardar a segurança dos profissionais a trabalhar nestas unidades, que se têm confrontado com problemas recorrentes de falta de pessoal.

Segundo a descrição da ocorrência, feita pela médica, a que o Sul Informação teve acesso, um homem que é segurança numa discoteca de Albufeira, «sobejamente conhecido por ter agredido várias pessoas», terá entrado no consultório numa altura em que a clínica estava «a fazer diligências de evacuação para o Centro Hospitalar do Algarve de um doente com intoxicação».

«Deu um murro em cima da secretária, disse que partia tudo e só não partiu porque não lhe apeteceu. (…) Não falo das palavras obscenas, que também disse: tudo o que queiram imaginar…», descreveu a médica. «Não há respeito por nós, as autoridades nada fazem. Chamar ou não a GNR é igual. Impotentes!», lê-se na missiva enviada pela clínica ao sindicato. «Neste momento, eu podia estar muito maltratada», assegurou.

Médica «há  30 anos», a profissio0nal de saúde afirma gostar de fazer urgência, «mas, mas….». «A porta está avariada há muito tempo. Os seguranças que temos nada fazem e são os primeiros a fugir. Pergunto: Quem toma esta responsabilidade? Não há forma de fazer algo? Que impunidade é esta? Que Governantes são estes? Isto tem de tomar um rumo!», escreve.

Pedro Nunes: “Não se pode ter um polícia com metralhadora à porta de cada urgência básica”

Questões que o SIM, que considerou a situação «inaceitável e forçosamente irrepetível», estende às entidades que tutelam a saúde, «que claramente se alheiam das suas responsabilidades de criar as indispensáveis condições de trabalho e segurança para os profissionais e os utentes». Lamenta, ainda, «a persistente desconsideração e o desprezo a que estão votados os profissionais de saúde que trabalham nos SUB da região».

«O SIM/Algarve expressa a sua solidariedade para com a colega e disponibilizará todo o apoio, incluindo jurídico, com vista à responsabilização criminal dos autores destes atos abjetos e criminosos (porque de crime público se trata)», concluem.

Pedro Nunes, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar do Algarve, entidade que assumiu a responsabilidade pelos Serviços de Urgência Básica do Algarve a 1 de agosto, considerou a situação «muitíssimo desagradável», embora acabe por desvalorizar o acontecimento, já que, «infelizmente para todos nós, não é novo».

«A profissão de médico é de grande risco e de muita exposição. Este tipo de situações sempre aconteceu. Lembro-me de um caso, há uns anos, em que houve uma colega assassinada por um utente. Há casos de pessoas com má formação, outros de pessoas com problemas mentais e outro tipo de situações», ilustrou.

Assim, no futuro, o CHA não pensa em mudar o sistema de segurança instalado nos SUB, já que «não se pode ter um polícia com metralhadora à porta de cada urgência básica». «Manteremos a segurança desarmada e chamaremos a polícia sempre que necessário. Além disso, sempre que acontecer uma situação de agressão a qualquer profissional destes serviços, apresentaremos queixa-crime contra o agressor, pediremos a respetiva indemnização e perseguiremos o seu autor até às últimas consequências, na justiça», assegurou Pedro Nunes.

Por outro lado, afirma estar «disponível para acolher sugestões que o sindicato queira fazer e que sejam válidas». Pedro Nunes lembrou que já esteve do outro lado da barricada, já que foi fundador e dirigente do SIM.

 

 

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