Ministério da Saúde confirma situação de falta de material para cirurgia no hospital de Portimão

O Ministério da Saúde confirmou, em resposta a uma pergunta dos deputados do Bloco de Esquerda (BE), «a falta do […]

Hospital-de-Portimão-CHBA2O Ministério da Saúde confirmou, em resposta a uma pergunta dos deputados do Bloco de Esquerda (BE), «a falta do material médico necessário à realização de uma cirurgia», revelou hoje o BE.

O caso reporta-se a Abril deste ano, quando uma utente octagenária se deslocou à consulta de dermatologia da Unidade Hospitalar de Portimão, agora integrada no Centro Hospital do Algarve (CHA), a fim de ser sujeita a uma biopsia a um sinal. Foi informada que não poderia ser dado seguimento ao procedimento médico pela falta do material necessário.

Segundo o BE, «o Conselho de Administração do CHA abriu um processo de inquérito com o propósito de apurar a responsabilidade médica, o qual foi arquivado, embora tenha sido apontada a falta do material necessário à realização da cirurgia».

A resposta do gabinete do Ministro da Saúde foi conhecida agora e surge na sequência da pergunta feita pelos deputados do Bloco.

Na sua resposta, o Ministério da Saúde informa que o processo foi arquivado, apesar de até se ter apurado que, de facto, havia falta de material para a cirurgia «no início da manhã», material esse que foi «rapidamente reposto nesse mesmo dia», pelo que teria sido «possível a realização do procedimento». A pequena cirurgia acabou por ser feita «no dia 23 de abril, oito dias depois, sendo que o atraso na realização do procedimento cirúrgico não colocou em risco a utente, nem agravou o seu estado clínico».

Ou seja, apesar de a atuação da médica não ter constituído «nenhum procedimento censurável», foi-lhe instaurado um processo de averiguações, por causa da informação dada a uma utente sobre os motivos para a não realização da biopsia: falta de material para a sua realização.

O Bloco de Esquerda considera que esta situação «espelha a importância que a “lei da rolha” tem para o Governo, sobretudo quando transposta para o código de ética que pretende impor, impedindo médicos de divulgarem situações ocorridas nas suas unidades de saúde».

Os deputados do Bloco insistem que este caso deixa «bem claro que esta lei não deve existir» e  que o código de ética «configura o regresso a práticas bafientas, com as quais um regime democrático decente não pode nem deve contemporizar».

 

Comentários

pub