Greve na saúde com adesão na ordem dos 90 por cento

Adesão na ordem dos 90 por cento, tanto entre os enfermeiros dos hospitais do Algarve e como ao nível dos […]

conferencia imprensaAdesão na ordem dos 90 por cento, tanto entre os enfermeiros dos hospitais do Algarve e como ao nível dos auxiliares, administrativos, técnicos de diagnóstico e técnicos superiores, em todas a região. Estes são os primeiros números da greve dos profissionais de saúde algarvios, que era para ser transversal a todas as classes profissionais, mas que acabou por não contar com os médicos, que não terão entregue o pré-aviso de greve «atempadamente».

A meio da manhã de hoje, dirigentes dos sindicatos dos Enfermeiros Portugueses,  dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas e da União de Sindicatos do Algarve fizeram um primeiro balanço da greve. À porta do serviço de consultas externas do Hospital de Faro, onde foram canceladas «a maior parte das consultas», os sindicalistas fizeram um balanço positivo da paralisação.

«Tem havido adesão muito significativa por parte dos enfermeiros. A maior parte dos serviços estão cem por cento em greve. (…) O Hospital de Lagos está cem por cento em greve, o de Portimão, esta manhã, está perto dos 90 por cento e o de Faro nos 80 por cento», revelou o dirigente do SEP/Algarve Nuno Manjua.

«Neste momento, a Função Pública tem uma adesão de 85 a 90 por cento na região algarvia. Falo de auxiliares de ação médica, técnicos administrativos, de radiologia e de técnicos superiores», revelou, por outro lado, a sindicalista Rosa Franco. Números que são «superiores» ao que é habitual, quando comparados com outras greves.

consultas hospital faroO elevado nível de adesão motivou o fecho de diversos serviços, apesar de estarem garantidos os serviços mínimos, asseguraram os sindicalistas. A generalidade das consultas e cirurgias programadas no Centro Hospitalar do Algarve foram canceladas e há vários serviços que não estão a funcionar nos diferentes hospitais, por exemplo, o Hospital de Dia de Faro.

Ao nível dos Cuidados de Saúde Primários, há centros de saúdes que não estão a funcionar, como o de São Brás de Alportel e de serviços em que a adesão de trabalhadores foi de cem por centro, como a Unidade de Cuidados Continuados de Moncarapacho, segundo os primeiros dados que chegaram ao Sindicato da Função Pública. Mas há também outros em que não houve adesão ou a adesão foi diminuta, caso de diversas Unidades de Saúde Familiar, que funcionam nos Centros de Saúde, mas num modelo com autogestão.

O protesto pretende chamar a atenção para a falta de recursos humanos, que os sindicatos estimam que rondem os 1100 profissionais (os números oficiais apontam para 823) e para a falta de material, que põe em causa a qualidade do serviço prestado. Até porque, nos plenários de trabalhadores em que se decidiu avançar para esta greve, foi confirmada «uma enorme carência de pessoal, falhas de material e novas consequências dessas falhas».

Fotos de Bruno Filipe Pires/Algarve 123 e Hugo Rodrigues/Sul Informação

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