Eletrificação da Linha do Algarve em 2019, ligação ferroviária ao Aeroporto de Faro em 2021

A eletrificação total da Linha do Algarve, de Vila Real de Santo António a Lagos, estará concluída em 2019, enquanto […]

REFER_presidente_1A eletrificação total da Linha do Algarve, de Vila Real de Santo António a Lagos, estará concluída em 2019, enquanto a nova ligação ferroviária ao Aeroporto de Faro ficará pronta a funcionar em 2021, anunciou hoje em Faro o presidente do Conselho de Administração da REFER.

Rui Loureiro acrescentou que as obras, que deverão arrancar em 2017, depois de concluída a atual fase de estudos, vão custar no total 120 milhões de euros, que serão financiados entre 70 a 75% por fundos comunitários.

Só a ligação ao Aeroporto, um dos investimentos mais aguardados a nível da ferrovia no Algarve, vai custar 62 milhões de euros. «O sistema prevê uma ligação ao aeroporto, com um ramal direto, que permitirá chegar com mercadorias ao aeroporto e fazer transporte de passageiros, nomeadamente dos milhares de turistas que chegam ao Algarve por essa porta».

O presidente da REFER anunciou estas datas e valores na estação de Faro, numa das paragens que fez hoje, durante uma viagem de avaliação aprofundada das condições de exploração da Linha do Algarve, ligando Lagos a Vila Real de Santo António, a bordo de um veículo ferroviário de inspeção.

Quanto à eletrificação, Rui Loureiro lembrou que a Linha do Algarve apenas tem um troço eletrificado, de Tunes a Faro, faltando os troços Tunes/Lagos e Faro/Vila Real de Santo António.

Aquele responsável sublinhou que a eletrificação da linha «permite a rentabilização de outro tipo de equipamento. Neste momento, a CP usa composições a diesel e depois da remodelação usará comboios elétricos, que é um parque mais barato». Afirmando não poder falar pela CP, o presidente da REFER recordou que a empresa concessionária do transporte de passageiros na Linha do Algarve «tem dito publicamente que a eletrificação potenciará o transporte».

A eletrificação permitirá «velocidades mais altas, eventualmente maior frequência e maior canal», já que, se se aumentar a velocidade, «pode ter-se mais comboios, pode melhorar-se os serviços», explicou Rui Loureiro.

REFER_comboioAs intervenções previstas integram ainda a sinalização da linha, bem como a eventual relocalização de algumas estações e apeadeiros.

O presidente da REFER considera que é também importante, «se as entidades municipais e a própria CP considerarem importante, fazer alguma relocalização de estações e apeadeiros».

Esta reorganização poderá passar, adiantou, por «criar alguns apeadeiros e abandonar outros, para repotenciar o transporte ferroviário. Esta linha é bastante antiga, tem mais de 100 anos, e a colocação das estações foi feita com pressupostos da época, que hoje já não se verificam».

E quantas serão as estações e apeadeiros a relocalizar? Rui Loureiro ainda não adiantou números, revelando apenas que a «REFER Engeneering está neste momento a fazer o estudo que permitirá fazer essa relocalização».

No entanto, garantiu, esta primeira fase de obras na Linha do Algarve não prevê a construção de quaisquer variantes, nomeadamente para aproximar mais a ferrovia das localidades ou para a retirar de alguns locais – como na zona ribeirinha de Faro. O que vai acontecer é mais simples: «na mesma linha, passo as plataformas para outros lados».

Do mesmo modo, esta primeira fase das obras não prevê a ligação a Espanha, que o presidente da REFER diz ter sido «contabilizada em muitas centenas de milhares de euros», havendo «estudos que mostram que económica e socialmente não é rentável».

Tendo em conta que os estudos que serão a base das obras de fundo anunciadas terão de estar concluídos em 2017, Rui Loureiro anunciou igualmente que, «por volta de 2015, 2016, serão chamadas a colaborar com a REFER todas as autarquias atravessadas pelo Caminho de Ferro e também a CP, que é a entidade concessionária do transporte ferroviário da Linha do Algarve, para verificar se os pressupostos que estamos a definir serão ou não do agrado e se satisfazem as necessidades sociais».

 

 

Comentários

pub