Candidaturas ao Farcume chegam aos milhares e de todos os continentes

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Farcume 2013_1E, à quarta edição, o Farcume – Festival de Curtas-Metragens de Faro, recebeu 2114 candidaturas, vindas de 87 países. O festival da associação «Faro 1540» está-se a revelar um verdadeiro caso de sucesso e a adesão de realizadores “obrigou” à introdução de uma novidade, uma categoria extra designada «Cinema do Mundo», a juntar às quatro já antes existentes.

Ao todo, serão exibidos cerca de 200 filmes entre os dias 27 e 30 de agosto, nos claustros da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve (EHTA), que proporcionarão ao público mais de 20 horas de cinema.

A seleção foi «criteriosa» e, de acordo com o presidente da «Faro 1540» Bruno Lage, bem dura. «Foi um quebra–cabeças. Desde logo, porque não estávamos à espera de tantas candidaturas. Sabíamos que ia aumentar, mas não imaginávamos esta loucura», disse Bruno Lage, em declarações ao Sul Informação. No ano passado, foram recebidas 164 curtas-metragens.

O volume de candidaturas obrigou à criação «de várias equipas de pré-seleção», para que todos os filmes fossem visionados em tempo útil. «Nas que tínhamos dúvidas, reunimos todos para decidir», contou. «Foi um mês a ver filmes a toda a hora», desabafou, a rir, Bruno Lage.

No final, chegou-se a uma seleção que inclui «curtas-metragens nacionais e estrangeiras, muitas delas sendo estreias em Portugal e outras premiadas em reputados e conhecidos festivais de cinema que ocorrem em Portugal e no estrangeiro», entre os quais filmes que fazem parte da lista da mostra de curtas de Cannes.

Farcume_3_Faro 1540Para Bruno Lage, a adesão em grandes números de realizadores dos cinco continentes é «um sinal da internacionalização do festival». De resto, a criação da nova categoria «Cinema do Mundo» visa, precisamente, marcar este traço cada vez mais evidente do Farcume.

Basta dizer que a maioria das candidaturas recebidas pela organização do Farcume veio de além-fronteiras. As propostas chegaram de diversos países europeus e de todo o continente americano, mas também «de terras mais distantes, como o Irão, India, Palestina, Israel, Coreia do Sul, Coreia do Norte, China, Japão, Tanzânia, Paquistão, Iraque, Austrália e Nova Zelândia».

Para quem reteve o nome da Coreia do Norte, entre o lote dos países de onde chegaram candidaturas, fica a informação que este filme não foi selecionado. «Apesar do realizador ser norte-coreano, o filme foi filmado na Alemanha e não trazia nada de novo. Se tivesse sido filmado lá, entrava de certeza. Mas temos outros filmes daquela região da Ásia, que mostram a realidade local», assegurou.

Os cerca de 200 filmes que serão exibidos ao longo dos quatro dias de festival podem ganhar o prémio final, na respetiva categoria. Além da categoria extra criada, o Farcume volta a contemplar as de Animação, Documentário, Ficção e Videoclips. Como sempre, «o público presente nas diferentes sessões terá a oportunidade de votar nas suas curtas favoritas».

 

Sucesso obriga a pensar em mudanças

Farcume 2013_2Em 2014, o aumento exponencial de candidaturas recebidas foi uma surpresa, mas os responsáveis pela organização do Farcume não pretendem ser apanhados, novamente, desprevenidos. «Para o ano, vamos antecipar o período de candidaturas, para que comece em janeiro e acabe em meados de maio, o que nos dará mais tempo para a visualização», revelou.

Também não está colocada de parte a cobrança de um «valor simbólico» de inscrição, para fazer uma primeira triagem. Tanto a antecipação do período de candidaturas como a eventual cobrança de um valor de inscrição podem reverter a favor de uma causa maior.

«Houve muitos realizadores estrangeiros que mostraram interesse em vir cá e que nós gostaríamos de trazer. Mas há a questão dos transportes e alojamentos. Caso haja mais tempo, temos possibilidade de os trazer com mais facilidade», porque se conseguiriam preços mais vantajosos de viagem e alojamento.

Caso se decida avançar para um valor de inscrição, o dinheiro angariado até poderá vir a servir para cobrir algumas dessas despesas, disse Bruno Lage.

Mesmo sem apoios da organização, há quem não fique em casa, apesar da distância. «Vamos receber uma delegação de 14 pessoas vindas do Brasil, composta por realizadores, atores e argumentistas. São a equipa do Farcume Brasil, uma extensão do festival que decorreu lá em abril», revelou.

Esta extensão do Farcume também estará em Faro através das imagens de uma exposição de fotografia que estará patente na EHTA, enquanto decorrer o festival. Além da mostra, o programa paralelo do Farcume prevê «mesas redondas que permitirão colocar questões a realizadores e argumentistas e, no final de cada sessão, decorrerão convívios que seguramente proporcionarão bons momentos de diversão entre público, actores e realizadores».

Os bilhetes para o Farcume 2014 já estão à venda e custam 3 euros por dia, com o passe para os quatro dias a custar 8 euros. Podem ser adquiridos no site do festival, na plataforma Bilheteiraonline.pt, nas estações dos CTT, na Worten e na Fnac.

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