Projeto Proforbiomed quer criar cluster da biomassa no Algarve e Baixo Alentejo

O Projeto Proforbiomed é «importante para toda a região, porque envolve todas as autarquias, através da AMAL, e parceiros como […]

biomassaO Projeto Proforbiomed é «importante para toda a região, porque envolve todas as autarquias, através da AMAL, e parceiros como a Algar, mas é importante em especial para Monchique», revelou ao Sul Informação o autarca Rui André, presidente da Câmara daquele município serrano.

As diversas autarquias e entidades algarvias que participam no projeto Proforbiomed assinaram, esta sexta-feira, um acordo com o objetivo comum de desenvolvimento do mercado de biomassa na região de Algarve e Baixo Alentejo, no qual são evidenciadas as ações com as quais cada instituição poderá participar.

A assinatura do acordo realizou-se no Instituto Superior Dom Afonso III (INUAF), em Loulé, no encerramento do “Seminário Proforbiomed – Aplicabilidade dos resultados na região”.

De acordo com Jorge Botelho, presidente da AMAL (Comunidade Intermunicipal do Algarve), agora é necessário passar do «plano de ação à execução».

Este acordo é o primeiro passo para a criação de um cluster, mas a colaboração entre entidades não se inicia apenas com esta assinatura, já que todas se encontram já a cooperar para a concretização do mercado da biomassa no Sul do país.

Apesar de existir uma licença para a construção de uma unidade de produção de biomassa em Monchique, atribuída há cerca de 10 anos à EDP, mas nunca utilizada, que iria permitir a produção de energia elétrica, a exploração da biomassa na região deverá passar pelo aproveitamento ao nível da pequena escala.

No Algarve, o Município de S. Brás de Alportel foi pioneiro no aproveitamento da biomassa, ao instalar uma caldeira para aquecimento da água das piscinas municipais, reduzindo a sua fatura de combustível em cerca de 50 por cento.

Além da produção de energia, a biomassa pode também ser aproveitada para utilização cosmética e farmacêutica. Inês Marques, responsável pela coordenação do projeto Proforbiomed, alerta para a necessidade de, a longo prazo, «existir uma exploração sustentável da biomassa, não se podendo deixar os terrenos sujeitos a erosão, nem deixar desprotegidas as espécies que habitam esses meios»”.

Pellets1Para já, o primeiro impacto positivo desta exploração da biomassa na região é a redução dos incêndios.

É isso mesmo que defende o presidente da Câmara de Monchique, para quem este Projeto Proforbiomed tem «um duplo sentido»: por um lado, «há a questão do reaproveitamento dos resíduos da floresta para a produção de energia, permitindo diminuir a fatura energética».

«Nós, aliás, já temos intenção de avançar com um projeto-piloto para o aquecimento da água da piscina municipal e talvez até de outros equipamentos públicos, recorrendo à biomassa».

Mas há um aspeto ainda mais importante para Monchique: é que «a utilização e valorização dos resíduos florestais, que passarão a ter um valor comercial, será importante para garantir a limpeza das matas» e ainda para reduzir a presença de espécies infestantes, como as «mimosas».

Para a utilização como biocombustível, a biomassa tem que ser reduzida a pellets. Segundo o autarca Rui André, falta ainda definir «quem vai produzir esses pellets e onde, ou seja, se serão produzidos aqui na região ou se a biomassa será enviada daqui para uma unidade fora da região».

No entanto, o edil diz ver com bons olhos que surja uma «pequena unidade de produção de pellets em Monchique».

«Trata-se de um negócio cada vez mais rentável, sobretudo se as autarquias se tornarem clientes desse produto. Poderá até haver uma candidatura da AMAL, através da AREAL [Agência Regional de Energia e Ambiente do Algarve] para um projeto de reaproveitamento destes resíduos envolvendo a Algar», sublinhou Rui André.

O Proforbiomed (Promotion of residual forestry biomass in the Mediterranean basin) é um projeto MED Estratégico, desenvolvido por uma parceria de 18 entidades do espaço MED, dos quais faz parte o CICAE/INUAF – Centro de Investigação em Ciências do Ambiente e Empresariais do Instituto Superior Dom Afonso III. São também parceiros portugueses do projeto a Algar e o ICNF.

Com a assinatura deste acordo, os parceiros estão agora a estudar qual a melhor forma legal de fazer avançar este projeto, que poderá passar pela constituição de uma associação.

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