Associação de Municípios Terras do Infante aprova moção contra fecho da Maternidade de Portimão

O Conselho Diretivo da Associação de Municípios Terras do Infante aprovou, a 14 de julho, uma moção que «rejeita de […]

protesto contra fecho maternidadeO Conselho Diretivo da Associação de Municípios Terras do Infante aprovou, a 14 de julho, uma moção que «rejeita de forma veemente, a situação de degradação, dificuldade e desigualdade no acesso dos cidadãos de Aljezur, Lagos e Vila do Bispo aos cuidados hospitalares em várias especialidades e em especial aos cuidados perinatais», nomeadamente com o fecho da Maternidade do Hospital do Barlavento Algarvio, em Portimão.

Na moção, os responsáveis autárquicos pelos municípios de Aljezur, Lagos e Vila do Bispo , que constituem a associação Terras do Infante, afirmam «a necessidade de manter um SNS com qualidade, para todos os cidadãos, melhorando o acesso aos cuidados de saúde e lutando contra todas as tentativas camufladas de o querer desmantelar».

Exigem ainda, «do governo da República, que, em coerência com o que transmite na comunicação social, proceda à melhoria das condições de assistência às mulheres grávidas nos Centros de Saúde e Hospitais da Região, incluindo o reforço de recursos humanos na maternidade do Hospital do Barlavento Algarvio».

Exigem igualmente do governo que, «num momento tão importante na vida das Mulheres, que é o nascimento de um filho, lhes seja garantido todo o Apoio Hospitalar de proximidade, digno de um País justo e moderno».

A moção sublinha que «a situação que atualmente se vive, de instabilidade em relação aos cuidados pré-natais no Algarve e em especial no Barlavento, é claramente demonstrativa do falhanço da política de fusão das unidades hospitalares – criação do Centro Hospitalar do Algarve, promovida pelo Governo atual».

Para as Terras do Infante, «torna-se agora evidente que os argumentos de mais racionalidade e partilha nos recursos, usados na altura para convencer os profissionais, os autarcas e a população, falharam clamorosamente, e hoje, em 2014, a qualidade da assistência e o acesso aos cuidados básicos e especializados é mais difícil e demorado para os cidadãos do Barlavento».

«Estamos pior», frisa a associação de municípios, acrescentando que «como se isso não bastasse, ainda querem fechar a maternidade, contribuindo para afastar os jovens casais que escolheram esta zona do Algarve para trabalhar e constituir família».

«De que servem pois todos os discursos dos governantes sobre a urgência de lançar medidas de combate à quebra da natalidade em Portugal? São palavras ocas que ofendem a inteligência dos cidadãos…», considera.

A associação Terras do Infante acrescenta ainda que «os últimos números publicados pelo Ministério da Saúde, referem que se realizaram no Algarve em 2011, 4329 partos. Desses, cerca de 1300 realizaram-se no Hospital do Barlavento Algarvio, embora há bem poucos anos a maternidade desse hospital tivesse efetuado mais de 1600 partos/ano e com um número de profissionais comparável ao atual».

«Sabe-se também que a carência de médicos especializados em pediatria e obstetrícia sempre foi uma realidade na região e em especial no Barlavento (como também noutras especialidades), mas isso não deve levar as autoridades de saúde da Região a fechar serviços, como tem acontecido. A falta de condições de trabalho, de equipamentos básicos e um ambiente desmotivador nos serviços, tem levado alguns profissionais especializados a abandonar os serviços públicos, agravando ainda mais a situação dos hospitais do SNS», salienta a associação.

Em contraponto, segundo as Terras do Infante, «a consequência desta política é a melhoria dos serviços privados de saúde (que florescem no Algarve, com mais valências) e a degradação do funcionamento e capacidade de resposta dos serviços públicos do SNS. Dessa forma ficam pior a generalidade dos cidadãos e melhor aqueles (poucos) que tem o poder económico para suportar os custos da medicina privada».

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