António Branco encerra ciclo de palestras “Mestres e Discípulos nas Artes, nas Ciências, nas Humanidades”

O reitor da Universidade do Algarve António Branco vai encerrar o ciclo de conferências “Mestres e Discípulos nas Artes, nas […]

conferência reitorO reitor da Universidade do Algarve António Branco vai encerrar o ciclo de conferências “Mestres e Discípulos nas Artes, nas Ciências, nas Humanidades”, às 11h00 do dia 12 de julho, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, em Loulé, com o tema “Mestres e Discípulos no Teatro”.

A conferência, de entrada livre, confere certificado de assistência.

A História do Teatro, sobretudo a partir do final do séc. XIX, está repleta de exemplos de grandes atores e encenadores que, nos seus testemunhos públicos, referem com grande devoção o papel que o Mestre teve na sua formação e nas escolhas (Artísticas e filosóficas) mais determinantes para o caminho que, a partir daí, passaram a percorrer.

Em muitos desses testemunhos, o Mestre aparece como uma figura de tal modo poderosa na vida do discípulo que é capaz de provocar nele uma epifania de efeito duradouro, transformando totalmente a vida desse artista a partir do momento em que se dá o encontro. Por isso, esse encontro assume frequentemente, nas palavras que os discípulos usam para o descrever, uma natureza transcendente, criando neles a necessidade de passar a outros o legado recebido do Mestre.

Em consequência dessa urgência, alguns desses discípulos transformaram-se mais tarde em mestres de outros discípulos, criando-se assim uma sequência de indivíduos historicamente identificáveis que, conjuntamente, foram aquilo a que chamo uma «linhagem».

Serão apresentados alguns exemplos concretos desse fenómeno e analisados com base em critérios históricos, antropológicos, semióticos e artísticos, procurando definir alguns padrões comuns a muitas dessas linhagens historicamente identificáveis na História do teatro do séc. XX.

Este ciclo de conferências foi realizado no âmbito do Mestrado em Comunicação, Cultura e Artes da Universidade do Algarve, em parceria com o Centro de Investigação em Artes e Comunicação (CIAC) e com a Câmara Municipal de Loulé.

Procurou lançar a reflexão sobre o modo como se opera a transmissão do conhecimento através da definição e sedimentação de linhagens em distintas áreas do saber representadas no ciclo (mesmo naquelas cuja metodologia não é, aparentemente, tangencial).

Partindo das abordagens de convidados como José Mário Branco, Rui Sanches, Clara Pinto Correia, Pedro Ferré, entre outros, que partilharam o seu testemunho sobre o processo de transmissão de saberes, de técnicas, de paradigmas epistemológicos e artísticos, em áreas como a música, a escultura, a biologia, a literatura ou o teatro, procurou-se entender se a definição de linhagens consiste num fenómeno transversal ou universal, ou se, pelo contrário, as especificidades do conhecimento humanístico, científico e artístico geram também mecanismos autónomos no estabelecimento das relações de filiação entre mestres e discípulos.

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