Minibus ecológico começa a circular em Faro amanhã

É inovador, único e muito amigo do ambiente, mas não perde, com isso, em comodidade nem em funcionalidade. O primeiro […]

É inovador, único e muito amigo do ambiente, mas não perde, com isso, em comodidade nem em funcionalidade. O primeiro minibus 100 por cento elétrico de Portugal, «totalmente concebido, construído e montado» no nosso país, foi apresentado hoje, quinta-feira, em Faro e estará a partir de amanhã a circular, integrado na frota do serviço de transportes urbanos da capital algarvia «Próximo».

Um presente para Faro e para a natureza recebido no Dia do Ambiente, que hoje se assinala. O investimento foi feito pela empresa «Pxm», ao abrigo da concessão dos transportes públicos farenses que venceu, em 2013. O contrato previa a compra de um veículo amigo do ambiente, mas a empresa, um consórcio entre o Grupo Barraqueiro e a EVA-Transportes, foi mais longe e pediu à empresa Irmãos Mota que fizesse, de raiz, uma viatura inovadora e à medida.

«Este é um autocarro com cerca de sete metros e meio, um minibus e, de facto, não havia nenhum com estas dimensões cem por cento elétrico. Foi concebido com base de num chassi Iveco, de natureza elétrica, mas que teve de sofrer um conjunto de alterações e adaptações que permitissem a incorporação de uma carroçaria que se adequasse, tanto quanto possível, às mesmas exigência dos restantes minibus que incorporam a rede Próximo», disse o administrador da EVA Transportes Carlos Osório Gomes, durante a viagem inaugural do mini-bus elétrico.

Isso significa que este veículo amigo do ambiente é, também, amigos das pessoas com mobilidade reduzida, já que incluiu um sistema de rebaixamento do patamar de entrada, tem sistema de Internet Wi-Fi, inovação introduzida recentemente neste serviço, e até ar condicionado, uma valência que a «Pxm» insistiu que fosse integrada nesta viatura de 14 lugares.

O autocarro elétrico farense também não perde para os seus colegas em termos de velocidade. «Este veículo atinge os 80 quilómetros por hora, velocidade perfeitamente adequada para a circulação dentro da cidade e, eventualmente, até para sair para fora, nomeadamente ao Aeroporto».

Antes que isso aconteça, há que testar qual é «realmente a autonomia do mini-bus, com carga de passageiros completa», que teoricamente será «de 100 a 120 quilómetros». Algo que é possível devido a um sistema de três baterias, que serão totalmente carregadas na central de camionagem de Faro, sempre que necessário.

Tudo isto obrigou a concessionária do «Próximo» a despender «sensivelmente o dobro do que gastaria num minibus convencional», ou seja, «160 a 170 mil euros».

Se se irá conseguir o retorno do investimento, «vai depender, sobretudo, da autonomia». «Se conseguirmos utilizar este autocarro, de modo a que substitua um autocarro normal durante todo um dia, temos possibilidade de alcançar o retorno financeiro», devido à poupança em combustível, referiu Osório Gomes.

Mesmo que o sistema atual de baterias não o permita, o administrador da EVA está confiante que o futuro passa por este tipo de veículos.

«Naturalmente que teremos evoluções tecnológicas, para o ano poderá ser diferente», ilustrou, defendendo que se tivesse apresentado este autocarro há dez anos «as pessoas punham as mãos à cabeça e diriam que tínhamos dinheiro a mais e não sabíamos o que lhe fazer».

Pode não ganhar a «PXM», mas ganhará, certamente, o Ambiente. «Penso que a grande vantagem, para Faro, é mesmo a questão ambiental. Não há emissões de CO2 e, para além da comodidade, considero que é uma grande aposta», disse, pelo seu lado, o edil de Faro Rogério Bacalhau.

Da parte da empresa construtora, há a vontade de continuar a desenvolver este produto, até porque «há mercado» para ele, na visão da «Irmãos Rocha», representada por Joaquim Mota.

A produção desta linha de autocarros, que tem o seu protótipo em Faro, distinguiu-se pela «poupança nos custos conseguida», uma exigência da empresa farense que o empresário nortenho «muito agradece». Depois de testado no terreno, este pode ser um novo produto para a empresa portuguesa comercializar «dentro e fora de portas».

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