Porto de Portimão vai ter rebocador permanente…a partir de Sines

Há pelo menos uma empresa interessada em assegurar o serviço de rebocador ao Porto de Cruzeiros de Portimão, segundo o […]

Há pelo menos uma empresa interessada em assegurar o serviço de rebocador ao Porto de Cruzeiros de Portimão, segundo o concurso que foi lançado pela Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS), e deverá começar a funcionar dentro de «uma a duas semanas», logo que o licenciamento esteja pronto.

A notícia foi dada em primeira mão ao Sul Informação, por José Pedro Soares, administrador da APS, durante a visita do reitor da Universidade do Algarve, na sexta-feira passada, ao navio de cruzeiros «Adonia», atracado no porto comercial de Portimão.

O rebocador não deverá ficar, porém, sediado no porto algarvio, mas em Sines, como aliás já acontece atualmente, sempre que a entrada ou saída de algum navio em Portimão exige o auxílio daquele tipo de embarcação.

O administrador da APS esclareceu que «o licenciamento do rebocador apenas obriga à prestação do serviço, não impõe nenhuma base, o que interessa é a prestação do serviço». Ou seja, nada obriga a que o rebocador fique em Sines. Mas, tendo em conta que as receitas garantidas pelo movimento dos portos algarvios não justificam, a um armador, ter um rebocador em permanência na região, provavelmente será nesse porto da costa alentejana que ficará sediado.

A vantagem, segundo o administrador da APS que tem a seu cargo os portos comerciais algarvios, é que a empresa que ganhar o concurso tem que garantir o cumprimento de uma condição essencial: «que terá sempre um rebocador disponível para o serviço no Porto de Portimão e que, sempre que este for necessário, estará cá num período máximo de oito horas».

Ou seja, o rebocador passará a estar alocado à região em regime de licenciamento, em permanência. Para já, este licenciamento será válido por um ano e será «válido para todas a solicitações necessárias e não apenas para escalas agendadas».

O objetivo, assegurou José Pedro Soares ao Sul Informação, é que «situações como a do Funchal não se repitam, independentemente das situações adversas do mar».

No dia 4 de janeiro deste ano, o navio de cruzeiros português «Funchal», que regressava da Passagem de Ano na Madeira e se dirigia a Lisboa, teve que fazer uma escala inesperada no Porto de Portimão, devido ao forte temporal na costa ocidental.

No entanto, por se tratar de uma escala que não estava prevista, não havia, em Sines, nenhum rebocador disponível para vir até ao Algarve auxiliar o Funchal na manobra de entrada no porto de Portimão. Um rebocador ainda tentou sair do porto de Setúbal, mas teve que voltar para trás, devido ao temporal.

Por isso, o navio teve que aguardar mais de 24 horas ao largo da cidade, atrasando a saída dos passageiros e causando mesmo algum desconforto a bordo, devido ao estado do mar. Só no dia seguinte, a 5 de janeiro, a situação se resolveu, com o envio de um rebocador de Setúbal, que levou cerca de 12 horas a chegar ao porto algarvio.

Esta situação causou grande polémica a nível regional e mesmo nacional, com todos os holofotes dos meios de comunicação focados no caso, tendo Isilda Gomes, presidente da Câmara de Portimão, dito então ao Sul Informação que «esta situação prova à exaustão que o Algarve, e o Porto de Portimão especificamente, necessitam com urgência de um rebocador».

Só que a compra de um rebocador custa de cinco a sete milhões de euros, valor que o administrador da APS José Pedro Soares já tinha dito ao nosso jornal que é «demasiado elevado para o movimento de navios que o Algarve tem», nos portos de Portimão e Faro.

Tal compra, admitiu, poderia ser equacionada «através de uma candidatura a fundos comunitários», mas isso, pelos vistos, não está para já nos planos da APS.

Fonte do porto de cruzeiros contactada pelo Sul Informação disse que a nova situação – de ter um rebocador alocado a Portimão em permanência, com a obrigação de estar no porto algarvio no prazo máximo de oito horas – «é melhor que o que se tem passado até agora, mas não resolve todos os nossos problemas».

É que, sublinhou a mesma fonte, «o que é que nos garante que uma situação como a do Funchal não se repete? Ou que, de um momento para o outro, não precisamos aqui de um rebocador para dar apoio a um navio em dificuldades? É que este rebocador leva oito horas a chegar cá».

Veja aqui mais fotos da visita do reitor da UAlg a Portimão

Atualizado às 11h35, acrescentando alguns esclarecimentos por parte do administrador da APS José Pedro Soares.

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