Algarve quer tornar-se destino turístico de «Sol, Serra e Mar»

O Algarve é um destino de «Sol, Serra e Mar», onde se pode, no mesmo dia, desfrutar do melhor que […]

O Algarve é um destino de «Sol, Serra e Mar», onde se pode, no mesmo dia, desfrutar do melhor que o litoral, o barrocal e a serra têm para oferecer. A complementaridade entre a oferta turística da região foi um dos temas do 1º Encontro Regional do Turismo Rural do Algarve, que decorreu na passada quinta-feira, na Fundação Manuel Viegas Guerreiro, em Querença.

Um evento que juntou empresários, instituições regionais e autárquicas, assim como dirigentes associativos, onde foram apresentadas «propostas específicas para a região», e cujos intervenientes reconheceram «a complementaridade desta oferta, face a outros segmentos», segundo a Federação Portuguesa de Turismo Rural (FPTR), que organizou a iniciativa.

Uma das principais conclusões desta jornada dedicada ao turismo rural é que o Algarve tem todo o interesse em ter oferta complementar ao Sol e Mar. Depois da estruturação do setor do golfe, que permitiu esbater a sazonalidade, apesar de estar longe de resolver o problema, há encontrar mais alternativas para os que desejam mais do que ir à praia, durante as férias.

E a imagem que se quer passar, cada vez mais, foi ilustrada pelo presidente da Região de Turismo do Algarve. «Pode-se ir à praia de manhã, almoçar no barrocal e passear na serra durante a tarde”, exemplificou Desidério Silva, para quem há que interligar as iniciativas públicas e privadas do Turismo de Natureza.

O turismo rural está, de resto, em expansão. Dados da Organização Mundial de Turismo apontam para um crescimento de 6 por cento ao ano para este setor, «uma oportunidade que, no entanto, exige respostas eficazes para se poder aproveitar esta janela de oportunidades, na perspetiva do presidente da FPTR Cândido Mendes.

Para o este responsável, há que «trabalhar os territórios» e os produtos turísticos associados ao setor «têm de funcionar na prática e não se ficar pelo papel». Mais formação para os empresários e unidades adequadas à procura, são outras das preocupações de Cândido Mendes.

Embora haja dados que apontem para um crescimento do turismo rural, o vice presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP) e presidente do NERA- Associação Empresarial da Região do Algarve Vítor Neto salientou que «não está escrito em lado nenhum que Portugal continue a acompanhar esse crescimento». «Esse é o desafio que temos de enfrentar”, realçou.

Vítor Neto avisou que é importante «valorizar toda a diferenciação dos recursos e da oferta no setor do turismo». «Os destinos de proximidade (Europa) são os mais importantes e a oferta deve ser rica, diferenciadora, criativa e inovadora» de forma a atrair visitantes interessados nas mais diversas experiências que o destino lhes pode proporcionar, defendeu.

 

Burocracia continua a preocupar

Da parte do setor empresarial, a principal preocupação é a burocracia, que na visão do administrador do empreendimento «Pedralva», um Turismo de Aldeia situado no coração Parque Natural da Costa Vicentina, que motivou um investimento de 4 milhões de euros, «não é fácil de ultrapassar».

Neste contexto, o Presidente da FPTR lembrou a proposta entregue por esta entidade ao Governo, «que passa pela articulação das instituições, pela gestão integrada da oferta, com a criação de uma equipa multidisciplinar constituída pela Federação Portuguesa de Turismo Rural, pelo Turismo de Portugal, pela Direção Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural e pelo Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, e ainda pela criação de mecanismos de promoções e venda».

Já no que toca à promoção, há uma «marca fortíssima e muito atrativa», o Algarve, sobre a qual trabalhar, segundo António Ferreira. Mas, disse, há a necessidade de «adaptar a oferta ao cliente», nomeadamente aquele que vem através das grandes operadoras.

Já o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) Elidérico Viegas considera que esta notoriedade do Algarve ainda não está a ser bem trabalhada, no que toca «à comercialização e promoção». «Os portais de informação sobre o país e a região deveriam associar uma ferramenta online que permitisse proporcionar o negócio», defendeu o dirigente associativa colocando de novo na agenda a criação de uma central de vendas.

O Encontro serviu ainda para dar a conhecer a marca «Puro Algarve», cujo lançamento oficial terá lugar no dia 2 de junho, na Fortaleza de Sagres. Este projeto, liderado pela associação de desenvolvimento local Vicentina e desenvolvido em parceria com as congéneres Inloco e Terras do Guadiana, pretende desenvolver uma estratégia de organização e promoção do turismo rural, de natureza e ecoturismo para o Algarve.

Esta iniciativa, dinamizada pelo núcleo algarvio da FPTR, criado há menos de um ano e presidido por Reinaldo Teixeira, insere-se no horizonte de preparação do I Congresso Nacional de Turismo Rura, que se vai realizar em Oleiros, a 20 e 21 de Junho.

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