Movimento «Salvar Faro» defende «25 de Abril do desenvolvimento» no Algarve

A Aliança Cívica «Salvar Faro, com o Coração» (SF-CFC) defende que é importante comemorar os 40 anos da Revolução dos […]

A Aliança Cívica «Salvar Faro, com o Coração» (SF-CFC) defende que é importante comemorar os 40 anos da Revolução dos Cravos, mas também que é preciso continuar a «lutar pelo 25 de abril do desenvolvimento, numa região de grande potencial, mas de muitos colapsos». Esta é a principal conclusão de uma reflexão feita pelo movimento sobre os 40 anos de liberdade.

«Pela liberdade e democracia que trouxe, o 25 de abril valeu a pena e são justificadas importantes comemorações. No entanto, há um lado cinzento do pós-25 provocado pelo centralismo e ação de sucessivos governos, que não têm estado à altura dos direitos e esperanças dos portugueses», considerou o movimento que apoiou a candidatura de José Vitorino à Câmara de Faro.

Para a «Salvar Faro, com Coração», o Algarve é «região de maior potencial económico do país e tem meios humanos competentes», mas apesar de algumas melhorias, «há componentes fundamentais do 25 de abril do desenvolvimento que estão por fazer e há profundos desequilíbrios, com atividades económicas em declínio, zonas desertificadas, desemprego e outros problemas sociais e na educação graves».

O movimento fala ainda em conquistas «arrancadas a ferros», entre as quais a Universidade do Algarve (1979), a «verdadeira conquista de abril votada na Assembleia da República, contra a vontade do poder central, bem como «a água e esgotos (houve muitos problemas) e, embora com muito atraso, a autoestrada para Lisboa (2002) e a Via do Infante (2003)».

«O respeito pelo espírito do 25 de abril e a abertura dos olhos à realidade faz-nos concluir que se venceram atrasos mas surgiram novos problemas, sendo muitos os perigos e colapsos que podem pôr em causa a sustentabilidade : região financeiramente descapitalizada; profundas carências na saúde (além de outras, o novo hospital central sempre adiado ) ; acentuado agravamento da sazonalidade; declínio na indústria, pesca (intoleravelmente os governos destroem o setor com aquacultura nas zonas tradicionais de captura), agricultura, comércio, construção civil e imobiliário; estagnação recessiva num turismo massificado e pouco competitivo; interior e serra desertificados; etc.», enumera.

O SF-CFC salienta ainda as dificuldades financeiras vividas pela Universidade do Algarve, além de criticar a introdução de portagens, o atraso nas obras da «sinistra e estranguladora EN 125» e o adiar de uma região administrativa do Algarve.

«O quadro é complexo, mas o pior de tudo é que os poderes públicos nunca fizeram o diagnóstico correto, não ligaram ao que disseram os que o fizeram ao longo destes 40 anos, continuam alheados , falta vontade política e não têm terapêuticas. O Algarve está à deriva, sem planos, sem rumo e sem estruturas regionais timoneiras», concluem.

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