Cooperação, Consenso e Compromisso: a chave para o desenvolvimento do Turismo de Natureza

Não temos vontade nenhuma de atear a fogueira que já crepita, mas lamenta-se que a autora, no seu artigo de […]

Não temos vontade nenhuma de atear a fogueira que já crepita, mas lamenta-se que a autora, no seu artigo de opinião (“Turismo de Natureza: esperança ou o início da desilusão?”) sobre o Turismo de Natureza e a propósito da Bienal de Turismo de Natureza, faça afirmações tão graves como as que a seguir se transcrevem. Tais afirmações põem em causa o bom nome da Vicentina e por isso nos vemos obrigados a responder:

«Competir com o festival de Birdwatching e abafá-lo numa bienal levada avante por protagonismo e caça aos fundos»; «E é pelas mãos da Vicentina, a Associação para Desenvolvimento do Sudoeste, que em 2013 deu apoio à realização do Festival de Birdwatching, que se realizará uma Bienal que, por acaso, se chama de natureza. Porque o dinheiro dos PRODER’es fala mais alto. Porque afinal, não interessa manter, interessa caçar fundos e afundá-los».

São verdadeiras calúnias as suas afirmações, comete uma profunda injustiça, fala do que não sabe, atribuindo intencionalidade e premeditação, acusa-nos de tentar competir e abafar o festival de Birdwatching pelo facto de se ter escolhido aquela data para a realização da Bienal.

Isto tem como agravante o facto de conhecer o trabalho da Vicentina ao longo de 15 anos, no âmbito do Turismo de Natureza, de colaborar e beneficiar da atividade da Vicentina e de saber muito bem que seria suficiente um simples telefonema para ver esclarecidas as suas eventuais dúvidas.

O jornalismo e a opinião construtiva exigem a recolha de informação junto de diversas fontes credíveis. Parece mais uma encomenda do que uma opinião. Só lhe ficaria bem que retirasse muitas das afirmações que fez, porque se tratam apenas de ruído e não de informação ou opinião.

1. Sim, é bem verdade que é por razões técnicas que a Bienal tem que se realizar em Outubro. Trata-se de um projeto de cooperação transnacional que tem a duração máxima de dois anos e termina em Novembro de 2014.

É uma razão muito simples que se prende com o facto do Festival da Batata Doce de Aljezur se realizar em Novembro.

Estes projetos enquadram-se em Programas (no caso, o PRODER) que têm regras próprias que são para cumprir.

Como a Bienal tem que se realizar até Novembro de 2014, resta-nos apenas o mês de Outubro para a realizar. É preciso tempo para a preparar e não nos parece nem possível nem aconselhável que se faça no verão. Pelo que a janela de concretização está entre a última semana de Setembro (antes do Festival) e a 1ª quinzena de Outubro.

2. Está por demonstrar que fazer coincidir a Bienal com o momento de maior presença de aves migratórias no Barlavento e, portanto, com o Festival de Birdwatching, é prejudicial ao festival ou à Bienal e gostaríamos imenso que, em vez de insinuar e insultar, o demonstrasse.

Assim que nos seja demonstrado que pode haver prejuízo seja para quem for, dentro da janela que existe, saberemos concertar as melhores soluções.

Pensamos exatamente o contrário. Todos ganharíamos com a coincidência, que até nos pareceu feliz, pois é mais uma atividade de Turismo de Natureza que acontece e ambos os eventos poderiam ser potenciados de forma concertada.

Estamos a tentar que em todo o Algarve vão acontecendo eventos relacionados com o Turismo de Natureza, tal como já se fez com o Festival de Birdwatching do ano passado, com a Semana do Surf que está agora a acontecer em Aljezur e com muitos outros eventos que irão acontecer por todo o Algarve nos territórios de intervenção das entidades parceiras, In Loco e Associação Terras do Baixo Guadiana, até Novembro de 2014.

É esta a intenção e objetivo do projeto. Não se trata, pois, de caça aos fundos como afirma. Bem pelo contrário, trata-se de capacidade de captar para o Algarve e para o Turismo de Natureza os fundos que existem e tal capacidade só pode ser reconhecida e louvada, desde que seja bem empregue…e a Almargem e a SPEA sabem-no bem, pois foi com esses mesmos fundos que realizaram o festival de Birdwatching do ano passado.

3. A Vicentina está serenamente a consultar várias entidades, nomeadamente os municípios envolvidos, a RTA, os parceiros do GAL ADERE e deste projeto de cooperação e outras entidades no sentido de ponderar e tomar a melhor decisão, com certeza em concertação com todas as entidades interessadas.

Isso tem o seu tempo. O insulto e a suspeição pública desencadeada não ajudam. Bem pelo contrário, só prejudicam o desenvolvimento do Turismo de Natureza no Algarve e a imagem dos seus atores, que não se devem digladiar, mas sim cooperar, contornando eventuais divergências, pelo seu objetivo comum.

Ponderadas todas as perspetivas e opiniões e concertada uma decisão, será brevemente anunciada a data de realização da Bienal de Turismo de Natureza.

Esperamos que esta resposta serena e factual reponha a verdade dos factos e a vontade de cooperação, consenso e compromisso em torno do desenvolvimento do turismo de natureza na região.

A Direção da Associação Vicentina

 

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