Almargem pede colaboração das Câmaras para saber como estão os anfíbios no Algarve

A Associação Almargem vai começar a distribuir por todas as Câmaras Municipais do Algarve um pequeno inquérito acerca da situação […]

A Associação Almargem vai começar a distribuir por todas as Câmaras Municipais do Algarve um pequeno inquérito acerca da situação das populações de anfíbios em cada município, juntamente com algumas sugestões e desafios dirigidos à proteção e conservação de rãs, sapos, tritões e salamandras.

A distribuição aproveita a comemoração, a 26 de Abril, de mais um Dia Internacional dos Anfíbios.

A associação afirma-se «muito empenhada na proteção dos Anfíbios, até porque estes animais não recebem, em geral, as mesmas atenções mediáticas que outras espécies, nomeadamente aves e mamíferos, os quais surgem regularmente como protagonistas de reportagens e artigos em órgãos de comunicação social com vasta audiência».

A Almargem recorda que, um pouco por todo o mundo, os Anfíbios encontram-se em crise e as suas populações têm vindo a desaparecer. Assim, «mais de 32% das espécies de Anfíbios estão consideradas em perigo de extinção, um número significativamente maior do que em qualquer outro grupo de animais (p. ex. nas Aves 12% e nos Mamíferos 23%)», «quase 50% das espécies conhecidas de Anfíbios encontram-se em declínio» e «cerca de 165 espécies de Anfíbios podem, na verdade, encontrar-se já extintas».

Pode assim dizer-se que os Anfíbios são «o grupo de animais globalmente mais ameaçado em todo o mundo».

As causas do desaparecimento dos Anfíbios são, sublinha a Almargem, múltiplas e variam de local para local. As principais causas são «a sua especial fragilidade face às alterações climáticas e ao aumento das radiações ultravioleta», «a poluição do solo e da água devido ao uso excessivo de adubos e pesticidas», «o desaparecimento dos locais de reprodução devido principalmente à intervenção do homem», «a proliferação a nível mundial de uma grave doença infecciosa (quitridiomicose)», a influência negativa de espécies exóticas invasivas, em especial de peixes predadores», «a captura para consumo alimentar ou venda como mascotes em lojas de animais» e ainda «a mortalidade nas estradas quando das migrações para (ou desde) os locais de reprodução».

No caso da Algarve, a associação sublinha que, «se a isto adicionarmos as particulares exigências e constrangimentos a que o clima mediterrânico submete a maior parte destas espécies, configura-se, para as populações das 13 espécies de Anfíbios existentes no Algarve, um cenário de preocupante vulnerabilidade, apesar da proteção legal de que beneficiam a nível nacional e europeu».

Na verdade, todas estas espécies estão inseridas na Convenção de Berna, cinco no Anexo II (espécies estritamente protegidas da fauna europeia) e as restantes oito no Anexo III (espécies protegidas da fauna europeia). Complementarmente, sete espécies encontram-se integradas no Anexo IV da Diretiva Habitats da União Europeia (espécies de interesse comunitário que exigem uma proteção rigorosa). Mas estes estatutos não garantem uma efetiva proteção dos anfíbios no Algarve, daí a necessidade de proceder ao levantamento da sua situação.

Entretanto, no dia 25 de Abril, a Associação Almargem realiza também uma das suas já habituais caminhadas que, neste caso, irá justamente apresentar como tema central a Nave do Barão (Salir), um dos locais mais importantes para a reprodução dos Anfíbios no Barrocal Algarvio.

Para quem estiver interessado, aqui ficam os pontos de encontro:
9h00 – Nave do Barão – Café da Adega da Nave (início da caminhada – 8 kms);
10h00 – Lagoa da Nave (observação de anfíbios)
13h00 – Almoço no Restaurante Adega da Nave (comemorativo igualmente dos 40 anos da Revolução de Abril).

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