Três anos depois de Fukushima: Quercus alerta para os perigos do nuclear

Passam hoje três anos do trágico dia 11 de março de 2011. Nesse dia, o Japão foi atingido por um […]

Passam hoje três anos do trágico dia 11 de março de 2011. Nesse dia, o Japão foi atingido por um sismo de magnitude 9,0, seguido de um maremoto (ou tsunami) devastador, que provocou o grave acidente na Central Nuclear de Fukushima, no Japão. Três reatores nucleares em fusão a céu aberto foram o resultado mais imediato desse acidente.

Nos dias, semanas e meses seguintes ao acidente nuclear, as autoridades «transmitiram informações falsas e omitiram dados sobre o que se estava a passar e o governo japonês aumentou a dose máxima permitida de radioatividade para os trabalhadores da central de 100 milissieverts em cinco anos para duzentos e cinquenta milissieverts por ano», recorda a Quercus, em comunicado.

Neste momento, a região envolvente está «imprópria para habitar num raio de 20 km, tendo em conta a radioatividade elevada que existe, e dezenas de milhar de pessoas foram evacuadas. Enormes quantidades de solo foram removidas de vastas áreas, sendo que esse solo tem de ser tratado como um resíduo radioativo».

Existem depósitos gigantescos de água que foi utilizada no arrefecimento, que não cessam de aumentar, pois esse trabalho está longe de terminado. São frequentes as fugas de água desses depósitos, contaminando o solo, lençóis freáticos e o mar. Os ecossistemas marinhos estão igualmente contaminados, assim como toda a cadeia alimentar.

Ao longo destes três anos existiu muita informação que foi ocultada, tal como a quantidade exata de MOX no reator nº3; o estado dos núcleos dos reatores e da sua localização; a taxa de radioatividade das 11 500 toneladas de água despejada no Oceano Pacífico; o número de toneladas de carburante disseminadas pelas explosões e as medidas levadas a cabo pela rede internacional de vigilância da radioatividade no ar.

Também o corium que se desloca no subsolo é um dos problemas mais graves com que a humanidade se confrontou até hoje. A palavra “corium” designa o magma do núcleo fundido dos reatores e a massa de combustíveis, de produtos de cisão e destroços diversos que a fusão do núcleo arrasta consigo (como plutónio e aço em fusão da cuba). É um termo quase nunca pronunciado pelas autoridades japonesas e internacionais que estão encarregadas da gestão do nuclear.

Neste fatídico aniversário, a Quercus alerta mais uma vez que «o nuclear não é seguro, causa inúmeros problemas desde a mineração do urânio, durante o funcionamento dos reatores atómicos em funcionamento nas centrais como Fukushima, até ao final do seu ciclo, com a gestão de resíduos que têm de ser mantidos durante milhares de anos e para os quais não existe uma solução segura e sustentável».

«A opção pela fissão nuclear é contrária ao princípio da precaução e põe em causa a norma ética da equidade transgeracional. À luz dos actuais conhecimentos a fissão nuclear não é uma solução energética aceitável, do ponto de vista dos seus impactes no ambiente e na saúde humana», conclui a associação ambientalista.

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